O técnico português Bruno Lage, que passou pelo Botafogo entre Julho à Outubro de 2023, entrou com uma ação na Justiça da Inglaterra contra o dono da SAF alvinegra, John Textor. O treinador cobra 6 milhões de libras (R$ 46 milhões na cotação atual) do dirigente Norte-americano.
A informação foi publicada inicialmente pelo jornal inglês "The Telegraph" e confirmada pela Eagle, holding de Textor.
Bruno Lage ficou no Botafogo de julho a outubro de 2023. No processo na Justiça inglesa, o treinador alega que, logo após chegar ao Glorioso, assinou um contrato com Textor. Nesse documento, o empresário Norte-americano se comprometia a oferecer a Lage a oportunidade de comandar o Lyon ou o Crystal Palace no período de 1º de janeiro a 15 de abril de 2024 — Textor é dono do clube francês e acionista minoritário da equipe inglesa.
De acordo com o mesmo documento, a oferta contratual para Lage e sua comissão técnica no Lyon ou no Palace deveria ser de pelo menos duas temporadas, com valor de 2,75 milhões de libras (R$ 21 milhões na cotação atual) livres de impostos por ano.
Se não houvesse proposta de um dos dois clubes no período determinado, Textor deveria pagar ao técnico o total desse valor. Para chegar aos 6 milhões de libras cobrados na Justiça inglesa, os advogados de Lage calcularam a quantia da oferta prevista no contrato (5,5 milhões de libras na soma dos dois anos) e acrescentaram juros, custos e "qualquer outra reparação que o tribunal julgar adequada".
Em contrapartida, o contrato previa ainda que Bruno Lage deveria pagar 2,75 milhões de libras a Textor se assumisse um time fora da Eagle (grupo multiclubes de Textor) no período de janeiro a abril de 2024. Depois da demissão do Botafogo, o treinador ficou sem emprego até setembro de 2024, quando assumiu o Benfica, no qual permanece até hoje.
O Crystal Palace chegou a mudar de treinador em 2024, dentro do período do contrato entre Lage e Textor. Em fevereiro do ano passado, o Palace contratou Oliver Glasner para a vaga deixada por Roy Hodgson. Já o Lyon tinha Pierre Sage como interino durante todo o primeiro semestre do ano passado. Ele ficou nessa condição até julho, quando foi efetivado. Em janeiro deste ano, ele acabou demitido. O que irritou Bruno Lage, antes de ter sido contratado novamente pelo Benfica em Setembro de 2024.
Em nota enviada ao "The Telegraph", a Eagle reconheceu a existência do processo na Justiça inglesa e afirmou que Lage "não tem direito contratual aos valores reivindicados em seu nome" (leia a íntegra abaixo).
Nota da Eagle
"A Eagle Football está ciente de uma ação judicial movida contra ela em nome de Bruno Silva do Nascimento (conhecido como ‘Bruno Lage’). A ação se refere a uma disputa sobre a interpretação adequada de um acordo histórico entre a Eagle e o Sr. Lage. A opinião da Eagle é que o Sr. Lage não tem direito contratual aos valores reivindicados em seu nome. Consequentemente, a Eagle defenderá vigorosamente a ação e buscará recuperar os custos de fazê-lo do Sr. Lage. A Eagle Football observa que a ação de Bruno Lage se refere a uma suposta falha em lhe oferecer uma vaga em um de seus clubes. A Eagle Football considera curioso que Bruno Lage se sinta prejudicado por isso, visto que, como amplamente divulgado, ele efetivamente se afastou de um dos clubes da Eagle Football, o Botafogo. A Eagle Football permanece aberta a uma discussão construtiva com Bruno Lage ou seus representantes com o objetivo de resolver a disputa e encerrar o litígio, o que, em última análise, não beneficiará nenhuma das partes.”
Turbulência no Botafogo
A passagem de Bruno Lage pelo Botafogo em 2023 durou menos de três meses e foi marcada pela instabilidade. O treinador assumiu a equipe na liderança do Brasileirão. Sob o comando do português, o time venceu cinco jogos, empatou sete e perdeu quatro.
Depois de uma derrota para o Flamengo, no Nilton Santos, Lage chegou a entregar o cargo na entrevista coletiva, mas posteriormente foi convencido a permanecer. Em 2 de outubro, barrou Tiquinho Soares na partida contra o Goiás em casa, que acabou com empate por 1 a 1, decisão que caiu mal entre jogadores e torcedores. No dia seguinte, o português foi demitido.
John Textor tem mais outro problema para resolver, após ter dado aval para a diretoria ter gasto 500 Milhões De Reais com contratações, que não vieram pra formar um elenco competitivo.