Em coletiva após Botafogo 2 x 0 Juventude: Técnico Renato Paiva elogia segundo tempo que foi mais na personalidade e talento; Falou do interesse sobre Cauly e que vai continuar usando Patrick De Paula ¨como camisa 10¨


Renato Paiva na coletiva após a vitória do Botafogo contra o Juventude - Foto Reprodução/Botafogo TV


O Botafogo conquistou a primeira vitória no Brasileirão 2025, na noite desta sábado, com o triunfo por 2 a 0 em cima do Juventude, no Nilton Santos. O técnico Renato Paiva reconheceu que a equipe começou mal, mas apontou as melhorarias a partir das substituições no segundo tempo.




— É um jogo que a equipe vai crescendo com o jogo. A equipe não entrou bem, entrou mal. Eu entendo e disse aos jogadores que o mais importante é nos preocuparmos em ganhar. Quando não vai no talento, vai na personalidade, vai na raça. A equipe percebeu que não entrou bem no jogo e não se desesperou. Fomos acertando, e o jogadores foram acreditando. Assim como aconteceu no Chile, a circulação não está no nível que eu quero - comentou, para continuar:


— Eu entendo a vontade dos jogadores em chegar rápido ao gol, mas temos que encontrar o momento e o espaço exato para chegar ao gol. Fomos melhorando. Fizemos um gol quando não estávamos tão bem. O gol tinha mais gente na área, mais gente agressivo. No intervalo houve correções posicionais. Estávamos a saltar na pressão em momentos errados. O plantel é vasto e eles tem que fazer o trabalho deles para me convencer quem vai jogar e quem é que não vai jogar. Eu fiquei satisfeito que as mudanças feitas melhoraram o coletivo. Esse é o nosso trabalho. Ajudar os jogadores dentro de suas características.


Além disso, Renato Paiva valorizou o plantel do Botafogo e analisou a atuação de três reforços desta temporada: Jair, Santi, Artur. O técnico justificou a entrada de Mastriani como um teste para o jogo contra o Carabobo, na terça, pela Libertadores, visto que não poderá contar com Igor Jesus.


— O trabalho coletivo potencializa o individual. O Jair de hoje é melhor do que quatro jogos atrás, tem ao lado um jogador que é um paizão. O Savarino melhorou como um 10, o Cuiabano e o Telles são bons, melhoram a disputa por posição. Os que entraram, entraram muito bem e vão dar dor de cabeça ao treinador. No jogo temos que perceber o que está errado para corrigir. Fomos mais coletivos e mais perto do que eu quero no segundo tempo do que no primeiro. O Newton é um menino, chegou depois de fazer uma grande temporada. Temos o Allan. O Mastriani eu quis dar minutos porque não vamos ter o Igor na terça-feira. É por isso que nós gastamos. Às vezes acertamos, mas às vezes não. Ontem fomos a campo trabalhar coisas que não fizemos no Chile. No campo os detalhes posicionais ajudaram a fazer coisas que não fizemos no Chile.


Questionado sobre a cobrança da torcida por desempenho, Paiva relembrou sua passagem pelo Bahia e o início da carreira de Guardiola no Barcelona. Para o treinador, a desconfiança da torcida é motivação para o trabalho de um treinador.


— Replicar trabalhos não é fácil. Teríamos que encontrar outro Almada e Luiz Henrique, mas não existem. Temos que jogar em função do que temos. O Artur não é Luiz Henrique e o Santi não é Almada. Quando eu cheguei no Bahia, tinham acabado de subir da Série B para a Série A, com 25 novos jogadores. Queriam que ganhasse o Baiano, mas não era o elenco que é agora. Só que a culpa é do Paiva. Mas o Paiva é tranquilo, tenho a consciência tranquila. Comparam o trabalho do Bahia com o Botafogo, mas cheguei aqui com o elenco montado, campeão da Libertadores e do Brasileiro. Não viram o Toluca ou o Del Valle, que nunca tinha sido campeão. O trabalho do treinador tem validade menor que um iogurte, porque é de três em três dias. O Guardiola no Manchester City não pode ser comparado com o Guardiola de quando começou no Barcelona B. Com o Bahia eu fiz a melhor campanha na Copa do Brasil. No Brasileirão fui exposto porque é muito difícil. Como vou contrariar a desconfiança? Ganhando e jogando bem? Quando não jogar bem, tem que ganhar. E quando não ganhar tem que tentar jogar bem. E depois trazer taças. É a forma que tento convencer. O torcedor já viu coisas melhores, não está satisfeito, e me junto a eles. Gosto da exigência da torcida e gosto que desconfiem do meu trabalho. Sei do que sou capaz, do que o estafe é capaz e sei dos jogadores que tenho. Eu sei o porquê de tantas vitórias.


Confira outros tópicos

Igor Jesus


Jogador de seleção brasileira, goleador. Não fazia gols há um tempo. A forma como eu vejo o jogo não é melhor de que ninguém. Nos meus conceitos, o camisa 9 tem que estar na área. Passar o mais tempo lá para quando a bola chega. Tem que fazer o trabalho fora da área, quando se aproxima, mas não pode não estar lá quando a bola chega. O 9 tem que jogar dentro de suas características específicas porque é finalizador, tem que finalizar as jogadas. Não quero que fique parado, tem que sair, mas quando a bola chegar tem que estar lá. Hoje começou a entender e já fez dois gols, um impedido. Temos que colocar na zona de finalização.


Interesse no Cauly


Antes de chegar ao Botafogo eu fui ao Charla Podcast e falei do Cauly, um jogador que pedi muito no Bahia. É um jogador que gosto, falei publicamente, não vou ser hipócrita. Falo dos meus jogadores que aqui estão, tenho 30. Nessas horas livres tem que trabalhar o individual, o coletivo. Vou ver agora o Carabobo. Tenho reuniões com scout, direção. Vamos alinhar nomes. E depois vou gerir os jogadores que aqui estão, que são os que importam, os que suaram e me deram os três pontos. Mas eu gosto dele. Mas também gosto do Messi, do Cristiano Ronaldo e do Modric. Mas estão mais velhinhos, gosto também do Vini Jr.


Entrada do Mastriani e ausência do Rwan Cruz


Temos três camisas 9. O Rwan este fora do Brasil uma semana para tratar problemas pessoais, veio de um campeonato diferente e precisa de adaptação. O Mastriani, não. Já conhece o jogo. Agora tem que aprender na base do vídeo o que nós queremos, olhando o Igor e olhando também na possibilidade de jogar os dois. Não gosto de ter só um esquema. Quero ter os três à disposição. Temos jovens na base também. Mas foi por uma questão pessoal. Tem jogadores que necessitam de adaptação, mas outros não precisam.


Savarino e Patrick de Paula como 10


Não tenho bola de cristal para dizer, mas recebo indicadores. Tenho o Savarino e Patrick na posição de 10. O Savarino sofreu uma lesão e eu precisei colocar alguém. O Patrick tem condição de jogar ali, mas jogou pouco na carreira. Mas quero estimulá-lo a coisas novas. Ele tem qualidade. Mas sei que ele pode jogar mais atrás. Hoje tentei jogar com os dois. Quis o Savarino como extremo, mas com liberdade para jogar por dentro, dando o corredor para o lateral. O Patrick tinha que ter um pouco mais de espaço e aos poucos foi tendo. Contra o Palmeiras foi bem. Arriscamos. Mas os níveis de cansaço depois do jogo no Chile aumentaram. Quando eu tiver todos à disposição sei os sistemas que vou usar, mas hoje é possível. Agora terça-feira temos que dar uma nova resposta, ser mais contundentes, não dar muito a bola ao adversário. Uma coisa que me deixou feliz, que gosto nas minhas equipes, é que quando acertamos a pressão o Juventude não conseguiu jogar. Tenho na cabeça onde os jogadores jogam melhor.


Evolução


A melhoria traduz-se em números. Não teve gols contra o Palmeiras, contra a La U e hoje teve dois. Tivemos duas oportunidades claras (sem contar os gols), e é pouco para uma equipe que tem a posse. Houve melhoria no passe, na finalização. Poderíamos ter feito mais gols, poderíamos ter sofrido. Mas há uma evolução. Não tínhamos feito gols, só nos amistosos. Essa correção foi importante. Ontem fizemos entender como melhorar as jogadas. Colocamos mais gente nas zonas de finalização, não pode ter um só.


Calendário


Acho que todos os treinadores que trabalham no Brasil, se pudessem pedir, iriam querer mais tempo para trabalhar. Mas o calendário é assim há muito tempo. Temos Série A, Libertadores, Copa do Brasil, Mundial de Clubes. Fantástico. Estaria preocupado se estivesse só em uma competição. Quando há um problema o treinador que tem que encontrar soluções ou então não vem para o Brasil. Se um dia a CBF perguntar, eu vou dar minhas opiniões, senão eu vou trabalhar. Mas todos os treinadores precisam de tempo para treinar, quem disser que não, está mentindo. Algumas semanas temos dois jogos, mas em algumas temos a semana livre. Ontem fizemos um treino a passo. Temos que aproveitar o tempo que temos. Quem joga menos vai aproveitar.


Mateo Ponte


É um exemplo de jogador que faz parte de um grupo fantástico. Ainda não tinha minutos, mas não protestou, não fez cara feia e sempre se colocou à disposição. O Vitinho começou melhor, vi que não tinha que mudar, mas quando foi chamado respondeu. Porque trabalhou sério, não ficou de cara feia. As indicações de que me deu foi de que sempre estava pronto. Ali pela direita é mais um lugar que a disputa vai fazer crescer os dois. Os jogadores querem sempre jogar.


Patrick de Paula


Sabendo que o Patrick nunca foi um 10, com o tempo ele vai acostumando. Senti o Patrick muito estático e muito marcado. Quando ele começou a soltar, ser mais coringa, foi bem. Ele tem qualidade. Temos um plano para ele de recuperá-lo. Sei que quando o Savarino vai para 10, junto com Santi e Artur, ficam três jogadores muito agudos. Estou privado de ter o Savarino 100%. O Cuiabano jogou hoje, o Vitinho fez quase três jogos completos. Vou continuar fazendo isso.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem