Em entrevista ao jornal Português ´A BOLA´ Renato Paiva revela que conversou com Artur Jorge, e vê Botafogo não estando ainda 100% para maratona de jogos, mas elogia elenco: ¨Encontrei um grupo sedento¨


O Botafogo começa para valer a temporada 2025 neste domingo (30/3), contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Três dias depois, tem estreia na Libertadores contra a Universidad de Chile, em Santiago. Serão 19 jogos num intervalo de apenas 63 dias. O técnico Renato Paiva admitiu que o time ainda não está “100%” pronto para a maratona e disse que o planejamento será essencial.


– Não sei, fizemos 16 treinos, dois jogos-treino interessantes, estamos bem, mas não a 100%. Há treinador novo sem mudanças radicais mas com conceitos próprios, estamos já preparando o jogo com o Palmeiras do ponto de vista estratégico, mas é isso: depois do jogo é chegar ao Rio na mesma noite, no dia seguinte de manhã viajar para o Chile [para jogar com a Universidad pela Libertadores] e assim sucessivamente, com jogos de três em três dias. Dessa forma, temos de trabalhar muito com vídeos explicativos, porque no campo é só a passo. O Brasil é um mestrado e doutorado mas com a mão na massa, gestão de logística, gestão de cargas, gestão de grupo, tudo planejado ao milímetro, ao segundo, quanto tempo do aeroporto ao hotel, do hotel ao treino, a palavra-chave é planejamento – disse ao jornal português “A Bola“.


Na longa entrevista, veiculada nesta sexta-feira (28/3), Paiva ressaltou a veia competitiva dos jogadores alvinegros, um pouco machucados pelo começo ruim de temporada, mas longe de estar satisfeitos com os títulos conquistados em 2024.


– O perfil deste grupo é de não entrar em euforias, é um grupo trabalhador, não houve um treino, em 16 que dei, em que tivesse de intervir para melhorar a atitude, não, aqui é tudo a mil e eles acabam o treino e ainda vão fazer ginásio. Já as supercopas e o estadual perdido, aí sim, deixam mossa [expressão muito usada em Portugal que significa “sinal deixado por uma pancada”], por isso tentamos fazer uma ponte no tempo entre a Libertadores e o nosso primeiro treino, embora a realidade pelo meio tenha sido importante para tirar ilações e aprender lições. Em resumo, encontrei um grupo sedento que não está contente com o que ganhou – pontuou.


Renato Paiva contou também que conversou com seu antecessor no cargo, Artur Jorge, para desfazer qualquer mal entendido.


– Falamos por mensagem, até porque se fez um barulho desnecessário quando eu respondi que tinha 250 mensagens no celular e me perguntaram depois se alguma era do Artur e eu disse que não. Por isso, tive o cuidado de lhe ligar e dizer que não havia polêmica nenhuma, até porque ele não tinha obrigação nenhuma de mandar mensagem e porque fomos colegas de turma no Uefa Pro e temos boa relação. Ele disse que estava tudo tranquilo, que tinha orgulho de eu ser o sucessor dele e trocamos ideias rápidas – revelou.


O treinador português tem conclusões sobre jogadores e identificou carências, o que fez já ter traçado rotas e realizado pedidos à diretoria. Além disso, há possibilidade de saídas de atletas sem tanto espaço na equipe.


A janela doméstica de contratações, de jogadores que atuaram nos Estaduais, fica aberta até 11 de abril. Inicialmente, não há expectativa de reforços de peso, apenas caso surja uma grande oportunidade de mercado, mas nomes pontuais em determinadas posições podem aparecer, como vimos nesta sexta o acerto com o centroavante uruguaio Gonzalo Mastriani, do Athletico-PR.


o técnico do Botafogo, Renato Paiva, admitiu que Flamengo e Palmeiras são os favoritos ao título do Campeonato Brasileiro de 2025. O Glorioso é o atual campeão e, segundo o treinador, vai lutar para contrariar os prognósticos.


– Na teoria e no investimento, sim [Flamengo e Palmeiras são favoritos no Brasileirão], mas como a teoria muitas vezes é contrariada pela prática, nós queremos mostrar, na prática, que somos melhores que eles. Se vamos conseguir ou não, já não sei. O Flamengo tem duas equipes, o treinador olha para o banco e tem 11 do mesmo nível, o Palmeiras contratou dois ótimos jogadores, Paulinho e Vítor Roque, mais o Lucas Evangelista – disse Paiva, em declarações reproduzidas pelo “O Globo”.


Renato Paiva falou também que se sente hoje um técnico muito mais preparado para trabalhar no futebol brasileiro depois da passagem pelo Bahia em 2023.


– Sem dúvida. Depois da minha experiência no Bahia, onde acho que fizemos um bom trabalho, ganhamos um título [Baiano], chegamos às quartas na Copa, quando fomos eliminados por pênaltis [pelo Grêmio], mas no Brasileirão, sim, sofremos mais, sou um treinador muito mais preparado. Ainda que sejam realidades diferentes, peguei o Bahia numa reconstrução, vindo da Série B, ano zero do Grupo City, 25 novos jogadores, agora chego ao Botafogo campeão brasileiro e da Libertadores, com plantel feito, apesar de entradas e saídas – afirmou.


Com informações A BOLA

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