O Botafogo viveu uma noite conturbada na quinta-feira, com derrota para o Racing na Recopa e protestos na arquibancada contra o planejamento do time em 2025. Houve relatos de repressão violenta, de seguranças do Estádio Nilton Santos e de policiais militares.
Na apresentação do técnico Renato Paiva nesta sexta, John Textor foi questionado sobre os episódios que aconteceram na arquibancada, disse que não viu as faixas de protesto, que jamais pediria repressão, mas que não concorda com o clima hostil que há no momento, segundo ele, de uma minoria.
– Não estava ciente desses protestos. Não vi as faixas. Mas falaria com o pessoal de segurança e garantiria que não reprimiríamos fisicamente esses tipos de faixas e protestos. Diria que estou bem chocado com alguns dos protestos, porque eles se tornam altamente pessoais. Acho realmente patético que eu esteja recebendo mensagens de ódio agora. Acho que há uma porcentagem de todos nós na humanidade que fica emotiva, fica extrema. Mas isso não me afeta. Não me importo. Eu me importo com as pessoas. Acho que a mentalidade é um pouco maluca, fizemos coisas boas para este clube. Tenho confiança nisso – disse Textor.
– Eu nunca iria querer suprimir essa reação. Mas… Isso acontece de duas maneiras. Quer dizer, se as pessoas não se sentissem tão chateadas, eu diria que é cômico. É decepcionante, é patético, fica algo pessoal. Ontem à noite, pessoas, mulheres, crianças, olhando para mim e fazendo sinais horríveis com as mãos…. Sei que a grande maioria dos torcedores apoia o que estamos fazendo neste projeto. Você nunca consegue atingir a perfeição em termos de apoio. E a minoria raivosa sempre será a minoria raivosa. Eu nunca pediria aos nossos seguranças para reprimir isso. Então, vou procurar saber sobre – completou.
John Textor classificou a carta aberta da torcida Jovem do Botafogo de “patética” e defendeu o que está sendo feito no clube.
– Se eu tivesse vindo aqui em 2021 e feito uma proposta para todos os torcedores, colocasse em um gráfico, e dissesse: vou investir neste clube e eu vou para o Rio, eu vou te dar em um ano o 11º lugar, e depois o 6º, e depois o 1º, depois o 6º, e depois o 2º, e depois o 1º lugar, depois 8º, depois 4º, depois 1º. Se eu chegasse até você e dissesse que vou entregar quatro campeonatos para o Botafogo ao longo de 15 anos, você teria dado tudo para me dar o seu clube. E aqui estamos. Vamos ganhar o título um ano, vamos perdê-lo no outro.
– Ninguém tem o direito, todos têm o direito de ficar bravos, mas ninguém tem o direito racional de se comportar da maneira que estamos nos comportando em algumas dessas situações, de me enviar as cartas, a carta aberta da Torcida Jovem, que foi patética… Qualquer um na família Botafogo teria implorado para ter um ano de títulos, para estar entre Palmeiras, entre Flamengo… Estamos entregando isso, e vamos ignorar esse barulho. No sábado eles te amam e na terça eles te odeiam, vamos ignorar isso – encerrou.