Fora também da Taça Rio, Botafogo sofre consequências da falta de planejamento após as conquistas de 2024, e só Recopa Sul-Americana pode salvar início da temporada de 2025


Mateo Ponte no Estádio São Januário em 23/02/2025 - Foto Reprodução: Vítor Silva/Botafogo


Campeão da Libertadores da América e do Brasileirão Série A 2024, o Botafogo foi eliminado do Campeonato Carioca 2025 de forma vexatória, sem ao menos se classificar para a Taça Rio. O Alvinegro foi derrotado para o Vasco neste domingo e terminou a competição na nona colocação entre as 12 equipes participantes.



Muitos são os motivos que podem explicar a campanha ruim do Botafogo, que vai muito além do resultado do Estadual. O planejamento começou errado desde a escolha de Carlos Leiria, técnico do sub-20, para comandar a equipe nas primeiras rodadas do Carioca e na Supercopa Rei 2025, perdida para o Fla.


O time involuiu sob o comando do interino que foi uma espécie de ¨Furacão¨ que destruiu o legado de Carlos Leiria. Com poucos momentos de destaque, Leiria também não possuía prestígio internamente - muitas vezes era questionado sobre as decisões de escalar o time titular em gramados ruins em partidas do Estadual. Vale ressaltar que Bastos e Artur se lesionaram justamente em um campo esburacado de Moça Bonita contra o Nova Iguaçu.


Faltou senso de urgência. Por mais que as competições do início da temporada não carreguem o mesmo peso de torneios como Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil segundo o pensamento de John Textor, o elenco não performa e jogadores estão sendo expostos a situações ruins. Passaram-se 13 jogos em 2025 e a impressão é de que o time está longe de apresentar o futebol do ano passado. Mas como julgar isto com certeza quando não há treinador?


Em termos de desempenho, foram praticamente oito semanas jogadas fora. O time é desconexo e o coletivo já não é o mesmo - um outro sinal da falta de um técnico.


Cláudio Caçapa pouco conseguiu fazer para tentar mudar o cenário. Contra o Vasco, alguns conceitos do Botafogo de 2024 voltaram, principalmente nos quesitos de construção de jogo: o time voltou a ter um volante recuando aos zagueiros para auxiliar na saída de jogo e dois laterais espetando nos lados. O ataque, contudo, continua com muita dificuldade de agredir o gol adversário.


O Botafogo colheu o que plantou, mas ainda há tempo de salvar. A última - e única - chance para isto será vencendo a Recopa Sul-Americana e revertendo o placar contra o Racing para sair com um título internacional para a galeria


Não dá para recuperar o tempo perdido, mas é possível reencontrar os trilhos. Não é um cenário de terra arrasada, mas a eliminação até da Taça Rio, por mais que o Carioca não fosse encarado como prioridade, não pode ser normalizada diante da superioridade do Alvinegro em relação à grande maioria dos clubes da competição.


Conquistar a Recopa Sul-Americana é a chance salvar um início de ano turbulento e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de recomeço.

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