O Botafogo venceu o Internacional por 1 a 0, no Beira-Rio, nesta quarta-feira (4), mas precisou adiar a comemoração do título. Savarino marcou para o Glorioso, logo aos quatro minutos. O Alvinegro receberá o São Paulo, domingo (8/12), às 16h (de Brasília), no Nilton Santos, em partida que definirá quem será o campeão do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o Artur Jorge destacou a sensação de dever cumprido após as 'finais', e garante foco para a conquista da taça nacional.
O Fogão ficou mais perto de seu segundo título pelo Botafogo, com a vitória sobre o Internacional, por 1 a 0, nesta quarta-feira, no Beira-Rio. Agora, o Alvinegro precisa de uma empate, diante de sua torcida em casa, na última rodada, para ficar com o troféu.
Embora o objetivo principal não tenha sido alcançado nesta noite, o treinador ficou satisfeito com a consistência de sua equipe.
Assista abaixo:
- Tendo em conta essas duas finais do Brasileiro fica a sensação de dever cumprido. Foi uma vitória muito importante. Acho que todo contexto de hoje era importante, somar os três pontos. Ganhamos de uma forma bem feita por parte dos jogadores que trabalharam de forma imensa. Mais uma vez estou satisfeito. Falta um pequeno passo - disse em entrevista coletiva.
- Digo aos jogadores: isso é uma vitória de campeão. Agora temos que dar consistência, prolongar por mais três dias para que possamos ter a mesma atitude no domingo de poder então fechar as contas de que como queremos fechar. E ter a justiça a uma equipe que teve destaque e foi líder durante mais tempo nesse Brasileirão 2024.
O gol da vitória alvinegra saiu bem cedo, em jogada ensaiada, aos 4 minutos do primeiro tempo. Almada cobrou escanteio curto para Alex Telles e recebeu novamente a bola na ponta. Desmarcado, Savarino se apresentou na entrada da área, recebeu lançamento e acertou um bonito voleio para marcar.
Segundo o treinador, a jogada foi trabalhada nos treinamentos pelo auxiliar João Cardoso.
- Por isso a satisfação dos jogadores, ontem eles trabalharam nesse sentido. Também se ganha jogos assim, por isso todos os detalhes contam. Quando temos pouco tempo de recuperação e de trabalho, é importante o detalhe. Acertamos bem o chute do Savarino. É um jogador diferenciado naquilo que é sua capacidade de finalização. Mas todos trabalharam bem, desde o Thiago (Almada), o primeiro passe para Alex e a devolução, a bola cruzada do Thiago outra vez para a finalização - explicou.
Por pouco, o título não saiu para o Botafogo nesta quarta. Rival direto na disputa, o Palmeiras começou seu jogo contra o Cruzeiro perdendo, e esta condição daria o campeonato ao Alvinegro. Mas a equipe de Abel Ferreira buscou o gol, criou inúmeras oportunidades, e conseguiu a virada no segundo tempo, deixando a decisão do campeonato em aberto.
O time volta ao tapetinho do Nilton Santos no próximo domingo, às 16h, para enfrentar o São Paulo. Basta empatar para ficar com o título. Um derrota do Palmeiras para o Fluminense também assegura o campeonato para o Alvinegro.
- Sabemos que vamos ter um jogo difícil, o São Paulo não é uma equipe fácil de enfrentar. Mas estamos entusiasmados, a palavra que mais nos define pode ser essa. Entusiasmados com a possibilidade de no próximo domingo ganhar um título nacional em nossa casa, diante de toda a nossa torcida. É de fato um enredo que tem tudo para ter um final feliz.
Veja outras respostas do treinador:
Desempenho diante do Internacional
- Este Internacional é uma equipe muito boa, muito difícil de bater. A verdade é que foi, até a rodada anterior, um candidato ao título. Fomos eficazes, é verdade, não tivemos um volume de jogo ofensivo muito grande. Procuramos controlar o jogo depois do gol cedo, ter momentos de bom comportamento defensivo, tentar atacar quando possível. Mas acho que o contexto hoje era difícil de fazer mais do que isso.
Análise da vitória
- O importante hoje era a vitória, sem dúvida nenhuma, para que pudéssemos continuar dependendo de nós mesmos no que é um grande objetivo que temos. Disse quando ganhamos a Libertadores que isso não faria que nossa missão ficasse por ali. Trabalhamos muito por esse campeonato, falta apenas um jogo. Precisamos de um ponto, temos um jogo em casa, seguramente um estádio cheio com toda a nossa torcida. Acho que é um ótimo momento e local para conseguirmos a consagração. Disse aos jogadores hoje que está um jogo de campeões, que dá títulos. Por isso a minha satisfação pelo que eles fizeram em campo.
Já tem as molduras prontas para botar as faixas de campeão?
- Vou passar o Natal em Portugal. Tem sido de fato uma campanha e uma aventura para mim e indiretamente para Portugal aquilo que tem sido esse meu trajeto no Botafogo, uma jornada incrível. Estamos de fato a fazer muita coisa bem feita, obviamente que aquilo que hoje é reconhecimento tem muito a ver com o que é resultados, todos sabemos que é dessa forma. Há uma grande empatia naquilo que nós, a equipe técnica, e o grupo de jogadores, criamos um grupo de trabalho muito fechado. Sempre foi o Botafogo a prioridade, sempre foi a equipe, sempre foram os títulos coletivos. Isso se faz através de honestidade, qualidade de trabalho, exigência, responsabilidade e momentos de lazer. São momentos que conseguimos fazer com que o tempo que temos de convivência faça com que haja um fio que nos liga. Essa questão da mentalidade faz parte do trabalho que é necessário incutir e poder criar, mas só consegue ser possível com resultados que possam fazer com que tudo isso tenha sentido. Felizmente tem sido uma temporada de sentido único, de ganhar, ganhar e continuar a ganhar. Não podemos nesta altura baixar a guarda, sabemos que o Abel e o Palmeiras têm feito uma temporada extraordinária. Isso faz com que o Brasileirão tenha um valor acrescido. Não tem sido nada fácil, tem sido uma luta constante. Desta forma, podemos valorizar ainda mais o trabalho que temos feito. E esperar que possamos coroar em casa, no Nilton Santos, esse título que tanto ambicionamos.
O estádio Nilton Santos nunca viu um título de expressão do Botafogo. Qual a dimensão disso para domingo?
- Eu não me reduzo muito a locais, espaços, momentos. Quero considerar a possibilidade de o Botafogo ganhar mais um título nacional, essa é a parte principal. O fato de podermos jogar em casa é extraordinário, e vi a alegria dos jogadores. Satisfeitos com o resultado que conseguimos aqui hoje, motivadíssimos e ansiosos e com expectativa alta para o jogo de domingo. Sabemos que vamos ter um jogo difícil, o São Paulo não é uma equipe fácil de enfrentar. Mas estamos entusiasmados, a palavra que mais nos define pode ser essa. Entusiasmados com a possibilidade de no próximo domingo ganhar um título nacional em nossa casa, diante de toda a nossa torcida. É de fato um enredo que tem tudo para ter um final feliz. Estamos preparados para chegar a esse final e conseguir o que é o nosso grande objetivo, sabendo das dificuldades e que nada está garantido. Demos hoje um passo muito importante para aquilo que é o objetivo que perseguimos desde o primeiro jogo, contra o Cruzeiro.
Como é controlar a euforia de jogar no Nilton Santos?
- O que para nós é importante é sabermos controlar de uma forma madura. E que dependemos daquilo que é o nosso trabalho para conquistar objetivos e ter a capacidade. Não pode ter ser demasiadamente eufórico, é importante pelos títulos de expressão que estamos a falar, mas tenho um grupo de jogadores muito consciente. Desde o primeiro dia falamos do caminho que queremos seguir, às vezes temos alguns desvios que fazem parte de uma campanha longa, de um caminho extenso. E recordo que tivemos uma conversa com os jogadores quando tivemos três empates e em que toda a gente passou a duvidar desse Botafogo. Vou usar uma metáfora: é quase que uma balançada de barco, em que percebemos quem salta e quem se mantém lá dentro. E pude dizer aos jogadores que ninguém saltou. E ainda conseguimos agregar aqueles que estavam no departamento médico.
- No momento que a equipe mais oscilou, oscilou nos resultados e não no desempenho, não vimos ninguém saltar fora do barco. Isso nos dá um conforto muito grande, isso nos faz olhar a equipe de forma muito serena e tranquila. Sabemos o que temos de fazer, festejamos 24 horas como tínhamos de festejar, era importante festejar. Exageramos nos festejos, tivemos que fazer porque não somos robôs. Tem que ter emoção, sentimento e alegria naquilo que fizemos, mas no dia seguinte estávamos todos no CT trabalhando com a mesma entrega e disponibilidade. Vínhamos para cá com um único objetivo: ganhar. E ganhamos. Digo aos jogadores: isso é uma vitória de campeão. Agora temos que dar consistência, prolongar por mais três dias para que possamos ter a mesma atitude no domingo de poder então fechar as contas de que como queremos fechar. E ter a justiça a uma equipe que teve destaque e foi líder durante mais tempo nesse Brasileirão.
Como evitar que o cansaço físico não afete os interesses do Botafogo na sequência contra São Paulo e Pachuca?
- É o mesmo que era há dois meses. Recuperar e trabalhar bem, fazer as coisas bem feitas. Vamos sair daqui a pouco, não sei bem para onde, sei que temos um avião para pegar daqui a quatro ou cinco horas. Não sei para onde, honestamente, mas sei que vamos. Temos que fazer esse caminho também, aproveitar esse período de tempo para tentar descansar um pouco, para chegarmos amanhã bem cedo ao Rio de Janeiro. Amanhã não vamos treinar, temos espaço para recuperação de alguns atletas no próprio CT. E aí vamos começar a pensar depois no São Paulo, último jogo do campeonato, que tudo vai decidir em um campeonato que foi longo, duro. Mas está perto para conseguirmos o nosso grande objetivo.
Desgaste dos jogadores na reta final
- Não, zero, vimos o resultado quando já estávamos aqui dentro porque sabemos que é o nosso rival. Fizemos a nossa parte. Dependendo de nós próprios, não há mais resultados que preocupem. O físico está desgastado de fato, temos essa sequência de jogos. Os mais frescos hoje eram Gatito e Gregore, mas é isso. Vocês já me conhecem, sabe qual é minha ideia em relação à exigência que ponho em tudo. E saber que esta uma equipe que leva em conta a parte anímica. Não só a parte anímica dos que estariam motivados para entrar em campo, e foram os mesmos que jogaram 100 minutos com 10 em campo.
- Quando tivemos que fazer substituição com Vitinho muito cedo e ficamos com duas paradas e quatro substituições, se eu pudesse tinha tirado mais dois ou três, mas eles acabaram a se agarrar, se uniram. Foram capazes de puxar um pelos outros, eu puxei também como foi no caso do Junior. São formas que temos fazer a diferença para que não haja cansaço nessa parte que não consiga nos derrubar. Temos um foco muito carregado no nosso objetivo. Não pode haver nada que nos distraia ou que nos derrube. Portanto esse é o espírito e o sentimento que eu quero essa equipe possa ter.
Capacidade de adaptação tática da equipe do Botafogo
- Temos princípios que orientam a dinâmica da equipe. Há momentos em que temos missões diferentes. Hoje esse 4-1-4-1 que você fala provavelmente tem a ver com o fato de ter visto o Gregore um pouco mais baixo em relação ao Marlon, com (o Internacional) com Valencia e Borré na frente. Dois atacantes que seguravam os nossos dois zagueiros, com o agravante de ter depois de um dos lados o Wesley, que é um jogador mais de corredor e vertical, e o Tabata que procura mais espaço interior. Nós termos o Gregore, que pudesse trabalhar quando, com dois atacantes e o Tabata mais aberto, nós prometíamos ter o Gregore mais próximo dos zagueiros. Quando o Tabata vinha trabalhar para dentro, fazíamos a superioridade com o Alex Telles. Tudo isso é aquilo que nós fazemos dentro da leitura do jogo. Temos que nos adaptar também, não jogamos sozinhos. Temos um adversário que por vezes nos obriga a fazer dinâmicas diferentes, mas dentro de um princípio de equipe do qual não abdicamos: poder ter uma equipe compacta, sólida, capaz e confortável no jogo principalmente no meio defensivo. Depois, toda a liberdade e a criatividade para ser uma equipe como tem sido, ofensiva, capaz de desmontar adversários e ter uma vertente ofensiva que também tem tido destaque.