Artur Jorge e Franclim Carvalho durante conversa de posicionamentos de jogadores do Botafogo - Foto Reprodução/TV GLOBO
O Botafogo tentou, apertou, criou oportunidades, mas não conseguiu sair do zero com o Cuiabá, neste sábado, no Estádio Nilton Santos, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na melhor chance, Júnior Santos finalizou sem goleiro e viu o zagueiro Marllon evitar o gol em cima da linha. O resultado manteve o time na liderança, com quatro pontos, mas com um claro sentimento de frustração pelo resultado.
Ainda no primeiro tempo Artur Jorge deu bronca na arbitragem, e na cera feita pelos jogadores do Cuiabá, veja abaixo:
Artur Jorge dando bronca na lentidão do Botafogo, e no árbitro Rodrigo José Pereira De Lima por não ter dado cartões amarelos para o Cuiabá. AJ até falou sobre o posicionamento em campo do Botafogo para o auxiliar Franclim Carvalho.
— Gazeta Botafogo ⭐📰 (@agazetabotafogo) November 9, 2024
🎥 Globo RJ pic.twitter.com/PbmS9WSI7G
Depois do jogo, o técnico Artur Jorge fez uma análise sobre o jogo, reconheceu a importância que o resultado tinha para a sequência da competição e entendeu que o time teve um desempenho suficiente para conquistar os três pontos.
- Sobre o jogo em si, eu disse-lhe no início e é a abordagem que nós queríamos, da importância que tinha sobre nós, naquilo que era podermos continuar a ganhar, fazer aquilo que era o nosso percurso. Tenho falado muito em que nós possamos controlar as expectativas porque, de fato, quando se tem um campeonato tão equilibrado quanto este, onde qualquer jogo é de uma dificuldade imensa, nós temos que ter a capacidade também de perceber os momentos em que a equipe vai vivendo. E esta equipe já viveu há quatro jogos atrás com um ponto de vantagem, já viveu depois com três, com seis, hoje vive com quatro. Temos que nos equilibrar emocionalmente para percebermos que faltam cinco jogos. Cinco jogos hoje nós continuamos a ter uma posição privilegiada em relação àquilo que é o final de campeonato e a ambição de poder ser campeão. E é esse o objetivo que temos, declaradamente, é poder fazer deste Botafogo campeão. Hoje, o resultado é extremamente injusto para nós. Mas não digo que tudo bem feito, mas fizemos muita coisa suficiente para ganhar este jogo. Finalizações, bolas na trave, atacamos pela esquerda, pela direita, pelo centro. Acabamos o jogo com quatro homens na linha avançada - disse Artur Jorge.
- Há jogos assim e nós temos que saber lidar também com isto, o futebol é isto mesmo, não quero passar da euforia de ter na rodada anterior seis pontos, para hoje uma depressão que tenho quatro, não. Tenho quatro pontos de vantagem, temos obviamente e temos que saber lidar com isto de forma a poder perceber que há jogos que não nos dão mais do que aquilo que conseguimos mais também. Aquilo que nós, se calhar, às vezes tentámos para poder ter e este não nos deu, portanto, temos que pensar sobre aquilo que podemos ainda fazer melhor, porque há coisas para fazer melhor. E depois preparar este último ciclo de campeonato com cinco jogos, mais uma final de Libertadores para acabarmos bem.
Assista a coletiva de Artur Jorge abaixo:
Artur Jorge também demonstrou durante o jogo muito desconforto com a quantidade de jogadores do Cuiabá que caíram em campo. Em uma das ocasiões, reclamou com o zagueiro Bastos, que havia devolvido a bola ao adversário em uma atitude de fair play.
- Essa pergunta (sobre cera, fair-play e pouco acréscimo), em um momento num dia menos bom, posso correr o risco, mas é aquilo que me vai na alma. Eu não gosto, eu estou aqui para ganhar jogos, não estou para ter uma equipe simpática. Não estou para ter uma equipe que quer fazer amigos do outro lado, estou aqui para ganhar jogos e é dessa forma que eu me avalio. Não fiquei satisfeito, vocês perceberam que não fiquei satisfeito de devolver a bola, quando claramente aquilo foi uma paragem técnica. O jogador estava no chão para que toda a gente fosse ao banco e pudesse receber instruções. Não gostei e fiquei chateado com o Bastos. Disse no intervalo exatamente isso porque já ando nisto há muito tempo e sei perfeitamente que tudo serve para poder arranjar maneira de quebrar o ritmo de jogo. E sabendo que somos uma equipe rápida, uma equipe que tem dinâmicas intensas, do outro lado vamos apanhar e já apanhamos algumas equipes desta forma. Que percebendo ou não, ou compreendendo ou não, estratégias que o adversário possa ter.
- Eu não jogo nem tenho que me pronunciar sobre isso. Agora, para mim, sobre mim, nós temos que fazer o jogo para poder ter o resultado que queremos. E se nós tivemos algum papel em alguns momentos que foi cúmplice de uma estratégia que o adversário trouxe de quebrar o ritmo de jogo, tivemos mal. É dessas coisas que temos que corrigir. E também parece que nós permitimos muito, e eu falei disso desde o primeiro minuto, ao auxiliar que estava do meu lado, porque todas as vezes esperar para dar um cartão aos 60, ao goleiro que teve sempre com a bola parada e a atrasar o jogo, a quebrar com os jogadores constantemente no chão, simular lesões. Qualquer encosto agora simulam. Eu acho que é do mau profissionalismo quando é assim, é o comportamento que se tem que não favorece nada o espetáculo e o espetáculo não é isto, no meu ver, o futebol que eu defendo - explicou Artur.
Com o empate, o Botafogo chegou a 68 pontos, mantendo a primeira colocação, mas agora quatro pontos à frente do vice-líder Palmeiras - na rodada passada, a vantagem era de seis pontos.
O Botafogo volta a campo no dia 20 de novembro. O time vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG, na Arena MRV, em uma prévia da final da Libertadores.
Outras respostas
Retranca
"Não posso julgar nem avaliar aquilo que é a estratégia de qualquer um dos meus rivais. Compete a mim ter soluções para poder contrariar essas estratégias e aquilo que é a forma, a sua abordagem ao jogo. E a nossa abordagem tem sido muito consistente, pelo menos nós, Botafogo, temos sido muito consistentes. E hoje tivemos um jogo também nesse aspecto, muito próximo daquilo que é a nossa realidade, ou seja, uma equipe que procurou atacar, tentamos, finalizamos. Se calhar, tivemos algum demérito também em algumas finalizações, mas temos que saber lidar com isso de uma forma natural, ainda que não possamos estar satisfeitos, porque não estou satisfeito, obviamente, com o resultado. Um ponto aqui hoje foi curto para aquilo que a equipe produziu e não estou satisfeito com o desempenho. Não tem a ver com o desempenho dos jogadores, também com o resultado só, porque os jogadores lutaram, trabalharam, foram abnegados na forma como tentaram lá chegar, mas não conseguimos, hoje não. Não deu. Portanto temos que perceber que há dias assim e melhores dias virão seguramente."
Pressão
"Esse é um comportamento que nós temos que ter e mais uma vez que hoje tivemos também, porque não permitimos o adversário ter tempo de bola, não permitimos o adversário ter situações com uma ou outra saída de bola longa. E essa é uma característica. Por isso eu digo que nós hoje tivemos um Botafogo muito igual a si próprio, um Botafogo que trabalhou, que reagiu muito forte à perda de bola, que foi intenso também, que tentou de várias formas chegar ao gol, mas não conseguimos aquilo que nós fizemos depois na segunda metade, ainda mais na parte final. Tentámos ter finalizações, tentamos chegar com a bola ao último terço. Claro que ficamos mais expostos. As posições do adversário, percebemos isso, mas fomos sempre muito competentes nesse processo defensivo também. A equipe esteve sempre equilibrada e reativa àquilo que eram as saídas do adversário, portanto conseguimos estar bem posicionados para isso, mas não foi o dia de fazer o gol hoje. O resultado é aquilo que fica, é aquilo que fica como registro, mas no todo, satisfeito com o desenvolvimento dos jogadores, porque, volto a dizer, tentamos de várias formas chegar à vantagem e o resultado não é de todo justo para aquilo que nós produzimos."
Mudanças
"Hoje todas as alterações que fizemos têm a ver com a opção técnica só. Ao contrário do jogo anterior em que tivemos necessidade, por exemplo, de ter o Vitinho e o Alex Telles, que foram substituídos por fadiga, pediram para poder sair ou que estavam no limite quando eu os substituí. Hoje não, todas as substituições foram feitas, foram quatro, foram todas feitas por opção para eu tentar dar energia, tentar meter a gente na frente, tentar ajudar que a equipe conseguisse ir em busca daquilo que nós queríamos."
Data Fifa
"Sobre aquilo que é a programação que nós temos para esta parada de Data Fifa. É muito idêntico aquilo que nós temos feito também nas datas anteriores. A programação foi feita e nós, estrutura, os jogadores, estão identificados com tudo aquilo que é este período e aquilo que vamos fazer para que possamos ter, como disse, este próximo ciclo de cinco jogos de campeonato, mais a final da Libertadores, de correspondência das expectativas e, acima de tudo, das exigências que isso nos traz. É essa a programação e a planificação que temos. Para este último mês de temporada."
"Temos jogadores influentes e importantes para nós, para aquilo que é a Data Fifa. Já falei sobre isso também, sobre a questão, me parece um absurdo, ter um jogo após as seleções jogarem e estamos a falar que vamos ter a seleção brasileira a jogar aqui no Brasil, vamos ter uma seleção argentina a jogar em Buenos Aires, vamos ter uma seleção venezuelana a jogar no Chile. Portanto, temos jogadores espalhados por este continente afora e com menos de 24 horas ou 24 horas para tentar chegar ao jogo seguinte. Obviamente que isto vai ter impacto e influência naquilo que vai ser as minhas opções para o jogo do Atlético Mineiro? Sim, vai, obviamente. Se todos jogarem ou se todos darem o contributo para as suas seleções fico eu, ficamos nós, fico o Botafogo privado de poder tirar esses jogadores ou pelo menos na sua plenitude para o jogo que vai ter de extrema importância, extrema importância. Estamos a falar, estou a falar disto nos últimos cinco jogos do campeonato, não estou a falar nos primeiros cinco. Nos 5 últimos jogos, nós conseguimos ter uma equipe que luta pelo título e condicionada e privada de jogadores porque têm os jogos de seleção no dia anterior ao seu jogo. Isto para mim é um absurdo, é só a minha opinião."
Mais um jogo
"As sensações são aquelas que eu já disse também antes, aquilo que a equipe trabalhou, aquilo que nós procuramos, eu não posso, não estou eu, não estão os meus jogadores, eu não estou mais do que eles chateado com o resultado. Mas volto a dizer, como resultado, como resultado, porque para mim não há adversários, para mim há jogos e o fato de hoje este adversário ser penúltimo da tabela, pouco me diz. Aquilo que para mim é importante são os jogos, os jogos que nós procuramos e jogamos para ganhar, não é o adversário porque senão isto, e já vimos algumas e há algumas equipes assim também aqui que privilegiam e têm jogos especiais, para mim não, são todos especiais, são todos jogos importantes, jogando contra o primeiro, segundo, jogando contra o último e penúltimo. Jogos, é nisso que eu trabalho, e não em função do nome do adversário. Não fomos hoje capazes de fazer um gol que faria toda a diferença, seja na primeira metade, fosse na parte final, fazia e faria toda a diferença seguramente. Mas qual é isto? O futebol tem essas caixinhas de surpresa que muitas vezes nos surpreendem a nós, outras vezes surpreendemos os outros. Nesta altura, a sensação positiva que levo daqui é que nós não empatamos o jogo porque mudámos a nossa identidade, porque mudámos a nossa forma de jogar, porque mudámos a nossa estrutura. Não, nós mantivemos o mesmo padrão, mantivemos a mesma abordagem ao jogo e empatámos. Não há muito mais a dizer do que isso. E a relação da sensação é essa, é ser fiel a si próprio em relação àquilo que é, uma postura que eu quero e procuro que a equipe tenha do primeiro ao último jogo, do primeiro ao último minuto."
Título brasileiro antes da Libertadores
"Muito, claro. Não é nada fácil, nós temos adversários ferozes atrás de nós, nós sabemos daquilo que vem atrás, nós temos consciência disso, boas equipes, equipes que investiram também muito. Apesar de muitas vezes o investimento parece que é só nosso, mas não, o investimento é de todos os outros. Há alguns jogadores que estão nessas equipes que no início não quiseram vir para o Botafogo, que nós queríamos também, e que lá pagaram mais para eles e por eles, jogadores que acabaram por ter essa opção de querer lá ficar. Portanto, isto é tudo muito subjetivo. Mas sobre a pergunta, sim, seria ótimo."
"Não, prioridade não. Se assim fosse possível a tempo. Mas não é uma prioridade, até porque nós sabemos que são 4 pontos agora, não é? Nós temos uma margem curta de 4 pontos. Quando há 15 pontos em disputa, portanto, tudo pode acontecer, pode-se resolver na última rodada. Não sabemos. Se os outros perderem e nós ganharmos, conseguirmos chegar ao dia 30 já campeão. Extraordinário. Agora, vamos lutar por esse título até o fim e seguramente sem margem nenhuma para dúvidas."
Reta final
"Não impacta nada, eu sei que para vocês da comunicação vai impactar e vão ter a oportunidade de falar um bocadinho mais sobre isto, porque eu também não me esqueço que há 4 rodadas o Palmeiras era campeão porque ia receber o Botafogo e tinha um ponto só de desvantagem. Isto foram vocês, nunca eu disse aquilo, mas vocês e vocês imprensa, estou a generalizar, disseram que não, está entregue para o Palmeiras porque um ponto, jogam em casa com o Botafogo. Isto são favas contadas, não, para mim não impacta rigorosamente nada, para os meus jogadores também não, nós sabemos aquilo que é o nosso caminho, sabemos as dificuldades, falta muita coisa pela frente. Faltam 15 pontos muito difíceis de conquistar, muito difíceis mesmo, sei também que os adversários não vão fazer 15 pontos, não vão fazer 15 pontos, nós temos a vantagem de quatro pontos o que nos dá uma margem boa, mas não decisiva e não podemos adormecer nessa vantagem, nem podemos adormecer por aquilo que seja 80% do resultado, 90% de probabilidades que em cada rodada isso acontece. Com o resultado seguinte as coisas invertem-se. Para mim o caminho é muito, muito igual aquilo que eu faço há sete meses atrás. Tenho um objetivo, vamos caminhar nesse mesmo caminho com esse objetivo muito claro, sem manobras de diversão, sem tentar expressar muito por aquilo que se fala à volta, sem poder condicionar o nosso trabalho em função daquilo que se possa falar. Nesta altura há de fato uma luta para ser campeão entre três, quatro equipes se quisermos, todas elas com possibilidades, claro que dependendo umas mais do que as outras. E nesta altura nós dependemos de nós próprios e temos mais destes quatro pontos de vantagem que nos dão algum conforto para os 15 que aí vêm, volto a dizer. Nenhuma das equipas vai fazer esses 15 pontos."
Jogo contra o Palmeiras
"Da mesma forma que eu preparei este jogo do Cuiabá, que eu tenho dito e disse também aqui convosco, para mim são finais que nós temos até o final do campeonato. Não há margem para nós pensarmos que o jogo, aliás, vocês é que estão a falar na questão da tabela, porque o Cuiabá é penúltimo classificado e nós empatamos em casa. Portanto, há aqui alguma desvalorização sobre o nosso rival e o resultado por nós conseguido. Mas a verdade é que isto, vemos a dificuldade daquilo que são os jogos, e já vimos esta equipe a tirar pontos, a outras equipas que teoricamente são mais fortes, nos seus próprios campos até, não podemos ter de forma alguma a ilusão de escolher adversários ou pensar que o jogo vai ser mais ou menos importante. A importância está neste jogo, será agora dia 20 o Atlético, depois o Vitória, depois o Palmeiras, a Libertadores e por aí adiante. E depois vamos ver aquilo que é a nossa competência."