30 Dias após confessar na CPI manipulação de resultados em campeonatos de futebol do Brasil, para fazer dinheiro com apostas esportivas, Réu William Rogatto foi preso pela Interpol em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos


O Fim da linha para William Rogatto (ou não). Fora do país desde que foi acusado por manipulação de resultado no futebol brasileiro, o réu foi preso nesta sexta-feira 08/11 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, pela Interpol. A informação é do blog do Diogo Dantas, de “O Globo”.


Quem informou a Polícia Federal brasileira da detenção foi o senador Carlos Portinho, integrante da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.


William Rogatto é considerado o “Rei do rebaixamento” e diz ter lucrado mais de R$ 300 milhões em apostas. Ele indicou haver participação de clubes até da Série A, de árbitros e de jogadores renomados.


Ele negocia acordo de delação premiada para diminuir sua pena, contando o que sabe sobre outros envolvidos.


Leia também: BOMBA! Mesmo correndo risco de vida, Réu em esquema de manipulação de resultados, William Rogatto conta à CPI como comprou árbitros em partidas, e sabia de resultados arranjados para ganhar dinheiro multiplicando valores em casa de apostas


Na CPI de 1 mês atrás (08/10/2024), o “Rei do Rebaixamento” afirmou ter provocado 42 quedas em 26 estados brasileiros. O réu ainda expôs que comprava árbitros, jogadores, dirigentes e presidentes de clubes.

A partir daí, os senadores iniciariam articulações para localizá-lo, já que estava foragido fora do Brasil.


R$ 300 milhões faturados

Rogatto afirmou ter faturado algo em torno de R$ 300 milhões com manipulações de resultados que culminaram em 42 rebaixamentos, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, e em nove países, como a Colômbia. O mais recente deles foi o do Santa Maria (DF), que fez apenas três pontos no Estadual deste ano e caiu na última colocação.

A suspeita de manipulação no Santa Maria ligou o alerta no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que aponta Rogatto como chefe do esquema e responsável por influenciar em pelo menos dois jogos do campeonato. Ele assumiu o cargo de gestor do clube candango, oferecendo garantias de que montaria uma equipe competitiva para o Estadual, mas acabou enfraquecendo o elenco e convencendo jogadores a adulterarem resultados.

Segundo o Ministério Público, dois atletas do Santa Maria estão sendo investigados por agirem “de forma deliberada” para manipular placares de jogos do Candangão 2024.

– (Sou) Réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome, mostrando para ela (Dayana) que eu iria fazer um excelente campeonato. Daqui a pouco, eu falei que meus jogadores de nome não tinham condições de ir, mas que ia dar tudo certo. E, infelizmente, eu vim a rebaixar o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas... — relatou Rogatto.

O empresário tem 34 anos, reside em Portugal, e depôs à CPI por meio de videoconferência. Sua carreira no mundo das apostas se iniciou em 2009, quanto tinha 19 anos e voltou de uma viagem a Las Vegas — cidade dos EUA conhecida pelos jogos de azar — convencido a investir no ramo.

— Eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Eu só posso ganhar dinheiro com eles caindo — frisou Rogatto. — Quando eu comecei, eu comecei sozinho, mas a ganância me dominou. Para isso, eu tinha que colocar mais algumas pessoas no sistema. As pessoas viam que era lucrativo, e centenas e centenas de empresários investiram em meu negócio. Eu tinha meus jogadores, meus atletas e entrava nos clubes, enganava alguns presidentes e alguns compactuavam comigo.

A ficha pregressa de Rogatto é vasta, tendo ordens de busca, apreensão e prisão preventiva por parte da Justiça. Porém, como ele mora fora do Brasil, nunca puderam ser cumpridas.

No ano de 2020, foi investigado por tentar convencer atletas a manipularem jogos da Série A3 do Paulista, oferecendo suborno através de mensagens. Ele também disse à CPI que pagava árbitros com valores muitos maiores na comparação com o que estes faturavam ao apitar jogos.


O senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, afirmou que está em contato com a Polícia Federal para viabilizar a extradição de William Rogatto, e também um acordo de delação premiada de outros envolvidos além de dirigentes.

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