Na coletiva, Artur Jorge técnico do Botafogo analisa vitoria e goleada sobre o Peñarol: ¨Não é de bom senso pensar que está resolvido, pois concluímos somente a primeira etapa do percurso da semifinal¨


O Botafogo viveu uma noite inesquecível nesta quarta-feira 23/10. A goleada por 5 a 0 sobre o Peñarol, nesta quarta-feira, no Estádio Nilton Santos, deixou o time com classificação encaminhada para a final da Conmebol Libertadores. O jogo de volta será na próxima quarta-feira, em Montevidéu, e tem tudo para coroar uma grande campanha comandada do banco de reservas pelo técnico português Artur Jorge.


Contratado em abril deste ano para substituir Tiago Nunes, Artur Jorge arrumou o time e contou com a chegada de reforços para aumentar o poder de fogo do time. Além de estar com a mão na vaga na final da Libertadores, o Botafogo também lidera o Campeonato Brasileiro, um ponto à frente do Palmeiras.


- Em primeiro lugar, agradecer e nos dar parabéns. Estamos no meio do percurso para esta final. A primeira etapa foi muito amarrada para as duas equipes. Não tivemos nenhum erro, mas faltou fazer o suficiente para chegar na baliza. Para nós, quanto mais vivo o jogo tivesse, melhor para nós. Fizemos na segunda etapa conseguir libertar os nossos jogadores da segunda linha de ataque e fazer os gols que eram necessários - afirmou Artur Jorge.


- Fizemos um bom jogo nos 90 minutos, ótimo resultado. Vantagem confortável, mas não é de bom senso pensar que está resolvido. A vantagem dá conforto, mas os 90 minutos vão exigir muito. O que tiramos do jogo é mérito nosso. Fomos capazes de ajustar o que precisava. Alguns posicionamentos, dinâmicas, e a equipe deu uma resposta muito consistente. Não só os que começaram, mas também os que entraram. Foi um resultado e um jogo bem feito para continuarmos até a meta final, que é a decisão da Libertadores - alertou o treinador, mesmo com a grande vantagem diante do Peñarol.


O Botafogo enfrentar o Bragantino, sábado, em Bragança Paulista, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo de volta contra o Peñarol será quarta-feira, em Montevidéu.


Outras respostas

Mudança no segundo tempo


"Uma das questões importante quanto ao posicionamento ofensivo era conseguir desmontar a linha de seis, com bloco mais baixo. A linha de seis se desdobrava com os laterais para atrapalhar nossos meias e alas. Tentamos aumentar um pouquinho a distância que precisariam percorrer. Para sermos capazes de ter a bola com mais critérios para diminuir a possibilidade de o adversário conseguir encurtar. Assim como a velocidade na circulação de bola. Estávamos sendo rápidos na recuperação, execução. Depois tivemos 10 minutos muito bons, com eficácia na finalização e fizemos três gols em 10 minutos para mudar a dinâmica do jogo."


Sobre pressão


"Tivemos uma primeira metade em que acabamos entendendo a dinâmica do adversário. Estávamos bem preparados. A tensão existe, é normal, tinha um estádio cheio, expectativa alta. Precisamos estar preparados. Precisamos controlar nossa próprias expectativas. Acho que faltou um pouquinho na primeira parte. Acabou por acontecer mais no segundo tempo. Fazer gols ajuda a equipe a ir se libertando. É um momento de grande responsabilidade, momento histórico para o clube, os jogos mais importantes da história do clube. Temos responsabilidade, mas temos que desfrutar. Aproveitar o momento. Somos privilegiados e responsáveis por passar por isso. Nossa performance nos trouxe aqui. Desfrutar o momento é fazer as coisas bem e ter a leveza necessária para conseguir alcançar resultados como esse."


Sobre a postura do Peñarol


"Vamos ter um jogo difícil, independentemente do resultado. Considerei essa semifinal com duas boas equipes, estão aqui por mérito, com ambição legítima. Não espero nada menos que a dificuldade que antevia. São duas equipes que estavam com o favoritismo dividido. Cada uma a sua maneira. Fizemos o que era pedido, uma equipe ofensiva, que procura ter iniciativa, para dependermos de nós próprios, do nosso desempenho, para chegar ao resultado."


Sobre o psicológico


"Creio que nos primeiros 15 minutos, fizemos três gols. Não houve quebra de rendimento em relação aos jogos que não temos o resultado que queremos. Há a parte anímica da equipe que está constantemente por 90 minutos atrás. No último jogo, ficamos 90 minutos em busca da baliza adversária, tentamos, tentamos. Causa desgaste emocional, que pode ter efeito no desempenho. Ao contrário, hoje, até o cansaço desaparecia, porque com a fluidez a equipe conseguiu chegar aos gols e poderia até ter feito mais. Tem tudo a ver com o contexto e não com o momento da equipe. Até porque o que trabalhamos tem uma linha de coerência. A equipe está bem, está preparada e vai buscar pelos dois objetivos na temporada."


Administração de jogadores de seleção


"Trabalhar com jogador de seleção implica que seja de ótimo nível. Simplifica o trabalho do jogador, quando o caráter é bom e temos isso. São jogadores que dão tudo, tem grande humildade, têm o mesmo comportamento que os outros. Nesse sentido, trabalhamos para potencializar os jogadores e para que possam continuar e que mais possam ser chamados para as suas seleções."


Entrada de jogadores


"As oportunidades são dadas de acordo com a necessidade. Tivemos que mudar o Vitinho que estava desgastado. E também a necessidade de troca do Luiz, que fez um jogo muito bom, mas já estava magoado e sendo provocado. E precisávamos de uma frieza. O Óscar nos daria o mesmo em termos de rendimento e manteríamos a equipe bem na parte emocional."


Opinião sobre confusão de torcedores do Peñarol


"Uma das coisas que mais tenho é a paixão pelo futebol, para mim, a paixão pelo futebol é o que vivo no estádio. Tenho a oportunidade de vivenciar ambiente em estádios extraordinários. Quero me resumir a falar de futebol. Quero sempre acreditar que a melhor das intenções é apoiar sua equipe. Isto para dizer que a importância dos torcedores é medida no apoio dentro do estádio. Hoje, a minha torcida deu uma prova tremenda do seu apoio no trajeto, a forma como tem incentivado, nos sentimos muito acarinhados. É importante para eles chegar na final da Libertadores. Vamos caminhar juntos."


Projeção da final


- Para nós é importante é chegar na final, independentemente do adversário. Não chegamos lá ainda. Nem nós nem ninguém. É uma vantagem confortável, suamos para conseguir. Tem mais 90 minutos. Mas o que podemos ter como adversário nessa possível final, não é uma questão que crie algum tipo de energia. Queremos fazer o nosso e vencer o próximo jogo no Uruguai.


Assista a coletiva abaixo: 

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