Thiago Almada foi convocação para a seleção da Argentina após um ano. O meia do Botafogo foi chamado por Leonel Scaloni para as partidas contra Venezuela e Bolívia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
O camisa 23 precisou de menos de dois meses desde a estreia no Alvinegro, no começo de agosto, para ser convocado. O argentino tem dois gols marcados pelo clube.
Almada sempre foi visto como um dos expoentes do futuro da seleção. O meia surgiu com holofotes no Vélez Sarfield em 2019, virou rapidamente titular e se transferiu para o Atlanta United, dos Estados Unidos, quando muitos no país esperavam uma mudança para o futebol europeu.
Mas como a passagem de Almada pelo Botafogo está sendo vista na Argentina?
Lucas Cislaghi, jornalista do "Olé"
"Almada sempre foi uma grande aposta da Argentina. A ida à MLS não foi bem vista pelo público, acreditávamos que ele tinha espaço na Europa. Na teoria, achávamos que a ida dele para lá era para ser um caso similar ao de Miguel Almirón (jogador do Newcastle), que jogou no Atlanta antes de dar o salto para a Europa.
O que há para se destacar é sempre teve presença na seleção, até na Copa do Mundo. Está bem valorizado pela comissão técnica do Scaloni, entendem que ele possui uma série de características que muitos jogadores não possuem.
Na Argentina, veem Almada muito bem. Não lhe custou adaptar (ao futebol brasileiro) e sua convocação não é nada estranha tendo em conta que foi referência nos últimos Jogos Olímpicos e que está dentro do processo de Scaloni nos últimos quatro anos."
César Merlo
"Aqui se valoriza muito a questão das Copas (Libertadores). Isso está presente na questão de como está jogando o Almada na questão midiática. Sabemos que ele está bem no Botafogo. A Copa é a questão de maior preponderância entre o público e a imprensa. Na seleção, o corpo técnico sempre seguiu o Almada desde a MLS, agora que está no Brasil, que joga competições com times argentinos, que é um denominador comum entre a gente. Consumimos muito mais as Copas do que a MLS, apesar da entrada do Messi lá. A participação de Thiago se justifica."
Pablo Chiappetta, editor do "Olé"
"Almada foi um jogador que impactou desde o surgimento no Vélez. A medida que foi jogando mais foi imaginando-se uma prospecção europeia. Foi para o Atlanta United e variou a curva de crescimento. Mesmo na MLS, Thiago sempre foi um jogador muito observado pelo corpo técnico da seleção, tanto por Scaloni quanto por Mascherano, técnico da sub-23. Por isso esteve no título mundial no Catar e nos Jogos Olímpicos.
Sempre o colocaram como um possível substituto do Messi. Está no gosto de Scaloni e está em um nível alto. Com 23 anos já tem mais de 200 partidas e 50 gols. Aqui, seu rendimento no Brasileirão é seguido por um nicho de pessoas que acompanham o torneio. Em geral, não é algo que apareça sempre nos jornais diários como foi o Cano com a chuva de gols com o Fluminense no ano passado. O torcedor comum lhe perdeu um pouco de vista, mas todo mundo sabe que ele faz parte da seleção e que, por isso, está bem no seu clube."