O Botafogo se classificou pela vantagem conquistada no primeiro jogo das semifinais contra o Peñarol e vai disputar pela primeira vez em sua história a final da Conmebol Libertadores. Em entrevista coletiva após a partida no Estádio Centenário, em Montevidéu, o técnico Artur Jorge exaltou o feito inédito:
- Nós tínhamos um objetivo muito claro, que era conseguir superar esse adversário no conjunto de dois jogos que tínhamos para fazer com eles na semifinal. O objetivo principal foi completamente atingido, que era chegar à final, um marco histórico. É isso que deve ser destacado, o fato de este grupo de jogadores conseguir pela primeira vez colocar o Botafogo em uma final de Libertadores. É um grupo de atletas que vai ficar na história do clube, pela forma com que conseguiram fazer toda uma trajetória desde os playoffs (Pré-Libertadores).
Mas nem toda a coletiva foi de comemoração. Artur Jorge aproveitou para repudiar os ataques de torcedores do Peñarol aos ônibus dos torcedores e dos próprios jogadores no caminho para o Estádio Centenário. O técnico disse que precisou fazer uma blindagem psicológica nos atletas, mas reconheceu que é difícil evitar que os atos não influenciem emocionalmente:
- Não é fácil fazer essa blindagem. Chegamos no estádio com vidros quebrados e jogadores atingidos por pedras no ônibus. Temos que afastar isso e olhar para aquilo que é o jogo, porque nós viemos aqui para disputar e vencer o jogo e avançar na eliminatória. Mas a verdade é que os ataques têm impacto. As pedras que entraram no ônibus mexem no subconsciente dos atletas, portanto não podemos abdicar de falar sobre isso.
Assista a coletiva abaixo:
Mas nem toda a coletiva foi de comemoração. Artur Jorge aproveitou para repudiar os ataques de torcedores do Peñarol aos ônibus dos torcedores e dos próprios jogadores no caminho para o Estádio Centenário. O técnico disse que precisou fazer uma blindagem psicológica nos atletas, mas reconheceu que é difícil evitar que os atos não influenciem emocionalmente:
- Não é fácil fazer essa blindagem. Chegamos no estádio com vidros quebrados e jogadores atingidos por pedras no ônibus. Temos que afastar isso e olhar para aquilo que é o jogo, porque nós viemos aqui para disputar e vencer o jogo e avançar na eliminatória. Mas a verdade é que os ataques têm impacto. As pedras que entraram no ônibus mexem no subconsciente dos atletas, portanto não podemos abdicar de falar sobre isso.
Análise do jogo
- Era um jogo que tínhamos que olhar para ele, gostem ou não, a vitória ficou 6 a 3. Vencemos claramente no primeiro jogo. Tivemos aqui movimentos de jogo que foram estranhos para nós. Estranho pela vantagem que tínhamos, estranho por alguns momentos onde abdicamos de jogar, estranho em que, durante o segundo tempo, estávamos a dominar por completo com um a mais e tivemos um pênalti e não deixaram a gente concluir o lance. Sei que nós vamos olhar para o resultado, mas temos que fazer uma análise cuidada sobre aquilo que é o jogo. Um jogo onde nos fizemos momentos mais defensivos inconscientemente, e só quem está lá dentro sabe. Quem só comenta e vê é impossível sentir aquilo que os jogadores sentem.
- A forma como hoje acabaram por se retrair mais daquilo que é o seu jogo jogado. Aquilo que não é a cara desse Botafogo. Defendemos mais tempo, defendemos mais vezes, defendemos mais baixo... Mas é muito difícil entrar na cabeça dos jogadores porque é uma final, é um momento histórico, é chegar num patamar muito alto, é estar no topo daquilo que são as competições sul-americanas. Dois jogos, 6 a 3, fomos melhores, estamos felizes. Perdemos aqui, mas estamos na final. Extraordinário para nós, eu digo que os jogadores foram excepcionais e colocaram o Botafogo em um patamar mais alto ainda.
Preocupação com cartões amarelos
- O que tínhamos de preocupação ia de encontro com o resultado que trazíamos, que era uma vantagem de 5 a 0, fez com que tivéssemos cuidado especial nesse aspecto. Poder preservar atletas que corriam risco de poder não estar presente na final. Jogou o John porque devemos pensar também que tínhamos que passar por essa eliminatória. O fato de não jogarem alguns jogadores, nós falamos com todos eles, não só com os que estavam amarelados. Com todo o contexto do jogo, nós tínhamos muito mais a perder do que o adversário. Era importante, acima de tudo, olhar para o jogo de forma competitiva para conseguirmos superá-los e estarmos na final com muito mérito por aquilo que fizemos.
Sentimento com o feito
- O meu sentimento é de poder entregar à apaixonada torcida do Botafogo o momento que estamos a viver. Esta vitória é para eles, para aqueles que sempre acreditaram, aqueles que já sofreram com o Botafogo e continuam fiéis. Saber que estamos dando mais alegria aos botafoguenses. Quando saí de Portugal para abraçar este projeto foi acompanhado do Franclim, do João, do André e do Tiago. Depois de ganharmos um título em Braga, falamos que seria importante ter esse projeto pela frente, com um sentimento que tinha que valer a pena. E hoje eu digo que vale a pena por aquilo que nós apostamos nesse projeto. Por quem também apostou em nós, pelos jogadores que temos à disposição para poder sonhar em atingir esses patamares. Estou extremamente feliz e muito satisfeito.
Campanha na Libertadores
- Sobre a nossa campanha, fizemos 11 jogos, vencemos seis, duas derrotas. Foi uma sequência positiva tendo em conta o contexto da fase de grupos que estávamos. Muitos e inclusive os nossos, estavam desacreditados e praticamente sem esperança de ver essa equipe passar da fase de grupos. Superamos a fase de grupos com muito mérito e depois tivemos oitavas e quartas com jogos dificílimos contra equipes candidatas ao título. Acabamos sendo melhores do que Palmeiras, São Paulo e agora Peñarol. Com isso vamos alimentar a nossa energia para poder perceber que somos capazes. De ter pelo menos a mesma missão do nosso adversário. Vamos com essa entrega para o jogo, estamos na final e vamos disputá-la para vencer.
Reta final do Brasileiro
- Não vai mudar, nós vamos festejar hoje, amanhã também. Prolongar o festejo porque merecemos também. E voltaremos ao trabalho para atacarmos aquilo que é este mini ciclo que temos até a parada das seleções novamente (Data Fifa). Temos Vasco e Cuiabá em casa para podermos somar mais seis pontos e continuar o nosso trajeto. São 21 pontos em disputa no campeonato. Nós temos a missão de lutar pelo título brasileiro e iremos dar tudo aquilo que temos do nosso melhor, até nossa última gota de suor.