André Silva e a medalha conquistada no título da Copa Conmebol de 1993 - Foto Reprodução TV Globo
Na edição de hoje do Globo esporte Rio, na TV Globo, o repórter Raphael De Angeli entrevistou o ex-zagueiro André Silva, que fez parte da campanha que terminaria com o título do Botafogo da Copa Conmebol de 1993 no Estádio do Maracanã.
André Silva disse que foi uma guerra, os 2 jogos, principalmente no jogo anterior em Montevidéu, a torcida do Peñarol usou rojões, fogos de artifícios, além de gás de lacrimogêneo na ocasião. André Silva teve até a camisa rasgada, devido o embate com Otero do Peñarol.
Na história do Glorioso, um título internacional sempre terá espaço. André Silva, zagueiro, estava lá e era um dos jogadores que fizeram parte do time que conquistou a Copa Conmebol em 1993. Não era um elenco estrelado, o que valoriza ainda mais o feito.
André guarda as relíquias daquele título, como a camisa rasgada pelo adversário e a medalha de ouro do principal título internacional conquistado pelo Botafogo.
- Eu tinha uma disputa pessoal com o Otero muito grande. Roubei a bola dele e, para tentar me roubar a bola novamente, ele me puxou pela camisa, que acabou rasgando. Eu dei sequência no jogo e não marcaram nem falta no lance.
O tricampeão do mundo Carlos Alberto Torres era o técnico naquele time, que no Brasileirão estava vivendo uma péssima fase.
- Ser campeão com um time bom é mole. Eu peguei o time do Botafogo ameaçado de rebaixamento no campeonato e sempre acreditei no time - disse, na época, o treinador Carlos Alberto Torres à TV.
Por isso, o clube apostou todas as fichas da temporada na Copa Conmebol. Um torneio eliminatório, curto e de oito jogos. O Botafogo passou por Bragantino, Caracas-VEN, Atlético-MG e o Peñarol, na final, mesmo adversário da semifinal da Libertadores deste ano.
- Foi guerra total, tanto no primeiro jogo quanto no segundo. Chegamos no Uruguai, os caras não deixaram a gente dormir, com fogos durante a noite na frente do hotel, no dia do jogo, quando chegamos para jogar, o vestiário tinha acabado de ser pintado, jogaram bomba de gás lacrimogêneo... Foi uma gerra total - recorda André Silva.
Jogadores do Botafogo erguem a taça da Copa Conmebol de 1993 — Foto: Julio Cesar Guimarães / O Globo
Depois do empate por 1 a 1 em Montevidéu, a segunda partida foi no Maracanã. Um novo empate, desta vez por 2 a 2, levou a a disputa para os pênaltis. André converteu o dele, os uruguaios desperdiçaram três cobranças, e o Botafogo foi campeão.
André Silva e Sinval com o troféu da Copa Conmebol de 1993 pelo Botafogo — Foto: Thiago Quintella
André Silva cria álbum de figurinhas dos jogadores do Botafogo pela Copa Conmebol de 1993, além da comissão técnica
Para manter viva a história do título, surgiu a ideia da criação de um álbum de figurinhas com todos os campeões. Essa foi uma parceria entre dois Andrés: o Silva, ex-jogador, com o pesquisador André Moura para a confecção do álbum. Além dos atletas, diretoria e comissão técnica também foram contemplados.
- Tivemos a chance de reviver essa conquista e dar o devido reconhecimento a esses jogadores. Eles merecem, o clube tinha que pegar no colo esses caras porque ajudaram a construir uma história linda - disse o pesquisador.
André, o ex-zagueiro, hoje trabalha nas categorias de base do Botafogo, mas também é um militante das memórias alvinegras. O objetivo é que nada sobre essa Copa Conmebol se perca no tempo.
- A lembrança ideal desse título, para mim, é que a Estrela Solitária vai estar sempre brilhando. O torcedor ter noção do que significa esse título que está eternizado. Eu vou passar, mas esse título vai ficar aí - finalizou o campeão.
Assista abaixo: