O nervosismo confessado diante das câmeras Luiz Henrique conseguiu controlar bem. E, ao que parece, ficou por ali.
Na primeira convocação para a Seleção principal, o atacante do Botafogo não deixou que a fala mansa e até certo ponto tímida interferisse na personalidade forte que promete exibir dentro de campo. Seja a pressão pelo momento ruim nas eliminatórias ou a disputa por posição com Estêvão, o novato esbanjou autoconfiança para ajudar Dorival Júnior diante de Equador e Paraguai.
Na disputa por uma posição no time titular na vaga deixada por Raphinha, que disputou a Copa América e não foi chamado por cumprir suspensão por dois cartões amarelos, Luiz Henrique falou de suas inspirações com a camisa da Seleção e prometeu dar conta do recado.
– Muitos jogadores bons estão aqui e encaro isso com responsabilidade. Sei que sou capaz de dar o melhor e fazer coisas extraordinárias, como faço no meu clube.
– Estou tranquilo. Me inspiro no Vini, no Neymar, que são caras extraordinários no futebol. Eles são exemplos para mim.
O jovem de 23 anos estreia na Seleção justamente em um momento de pressão. Como se não bastasse a eliminação nas quartas de final da Copa América, diante do Uruguai, o Brasil vem de três derrotas seguidas no classificatório para a Copa de 2026 e está apenas na sexta colocação, com sete pontos. Nada que intimide o botafoguense.
– Pressão para mim não vai ter. Vou fazer o que venho fazendo, vou dar o meu melhor e fazer de tudo para ajudar a Seleção.
– Não temos que pensar no momento da Seleção, o que passou ficou para trás. É um novo ciclo, uma nova jornada, temos que pensar no hoje e fazer a Seleção ser cada vez melhor.
Caso mantenha a estrutura do time com um jogador aberto pela direita, Luiz Henrique disputa um lugar com Estêvão em duelo que acabou de acontecer pela Libertadores. Na ocasião, o Botafogo levou a melhor sobre o Palmeiras e avançou às quartas de final.
– Nem conversamos sobre isso, não. Mas o Estêvão é um moleque muito novo, com um talento muito grande, joga muito e tem tudo para deslanchar. Quem jogar, vamos estar apoiando. Não há rivalidade, estamos na Seleção jogando juntos e vamos dar o melhor, vamos dar a vida.
Com Luiz Henrique no elenco, o Brasil recebe o Equador na sexta-feira, às 22h (de Brasília), no Couto Pereira, em Curitiba, pela sétima rodada das eliminatórias. Terça-feira, o rival será o Paraguai, em Assunção. A Seleção ocupa atualmente somente a sexta posição na tabela, com sete pontos, no limite das vagas diretas para o Mundial dos Estados Unidos, Canadá e México.
Confira outros trechos da entrevista de Luiz Henrique
Retorno ao Brasil e protagonismo
– Minha chegada aqui foi ótima. Todo mundo me recebeu muito bem, me tratou muito bem. Estou me sentindo feliz com tudo isso que tem acontecido. Minha vida foi muito corrida, passei por muita coisa, mas graças a Deus está dando tudo certo, se encaminhando tudo certo. Me sinto em casa no Botafogo, contente demais, com todo mundo me ajudando e sou feliz. Aqui, o Estêvão é um moleque com o futebol excelente. Somos companheiros, quem for jogar vai apoiar o outro.
Emoção na convocação
– Estávamos assistindo o vídeo ali da convocação e foi surreal. Foi muito importante. Eu estava muito na expectativa de ser convocado, meus companheiros também, e vejo que os caras estão me apoiando e junto comigo. Foi um momento muito especial. Eu queria muito ser convocado para a Seleção, é um sonho que coloquei como meta: defender o meu país. Foi de se emocionar e estou muito feliz com essa oportunidade.
Nervosismo
– Parece que estou tranquilo, mas por dentro estou nervoso. Consigo manter minha concentração. Estou tentando aprender com os meus companheiros no dia a dia, pegar a experiência deles. Cada dia que passa, estou aproveitando cada minuto, cada segundo, pegando a experiência deles e aprendendo muito.
Seleção como meta na volta ao Brasil
– Voltei ao Brasil para trabalhar, dar o máximo no meu clube, fazer tudo de melhor para eles. Por isso, a cada dia, a cada jogo, a cada treino, eu me dedico ao máximo, dou minha vida, trabalho e faço de tudo para crescer. Voltei ao Brasil com um pouco mais de experiência e aprendizado. Todos os dias trabalho firme para fazer do bom e do melhor para crescer.
Encontro com os ídolos
– Quando cheguei aqui, queria muito conhecer o Vini. Já tinha visto algumas vezes, já enfrentei pelo Bétis, mas queria jogar junto. E hoje estamos realizando esse sonho de atuar com o Vinícius, com Paquetá, Rodrygo, Danilo, Marquinhos, entre outros... Cada segundo aproveito ao máximo para aprender um pouco com ele. A cada dia estamos juntos, aprendendo e realizando um sonho.
Sonho de menino realizado
– Sempre foi um sonho a realizar pelo meu pai, que não me viu na seleção brasileira. Lá de cima, ele está feliz por mim. Quando recebi a convocação, fiquei emocionado porque realizei o meu sonho e o dele. Quando deito na cama e paro para pensar nas coisas que passei na vida, nas dificuldades, hoje estou aqui defendendo o meu país. Só posso agradecer muito a Deus. Todos os dias boto o joelho no chão e agradeço por tudo que ele me dá.
Vai para o Lyon em janeiro?
– Uma coisa pensada agora sobre a Europa eu não tenho. Tenho que pensar no Botafogo, no clube que estou e fazer tudo de bom lá. Um pouco mais para frente, não sei, vamos pensar nisso. Agora, estou focado na Europa e no meu clube, que é o Botafogo.
O que conhece do Equador?
– O Equador tem uma equipe muito boa, um ataque muito bom também, mas sabemos que nossa Seleção também tem qualidades absurdas. Vamos fazer de tudo para tirar esse ponto excelente que eles têm e pegar no ponto fraco deles, que podem errar também.
Assista abaixo: