Presidente do Vila Nova Hugo Jorge Bravo, que denunciou manipulação em 2022 que antecedeu a OPERAÇÃO PENALIDE MÁXIMA; Disse na CPI que ele não tem a obrigação de mostrar provas assim como John Textor; ele se espantou com possibilidade de multa de 2 Milhões de Reais e de afastamento de 6 anos, a majoritário do Botafogo


O Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo foi o autor das denúncias de manipulação no futebol brasileiro que fizeram Ministério Público de Goiás deflagrar a Operação Penalidade Máxima e identificar diversos atletas e outros envolvidos em corrupção. O dirigente foi ouvido na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta semana e ficou surpreso ao saber que o STJD, em relatório do então procurador Mauro Marcelo Lima e Silva, pediu punição de seis anos e R$ 2 milhões a John Textor, acionista da SAF do Botafogo.


Hugo Jorge Bravo, em conversa com o senador Carlos Portinho na CPI, lembrou que ele próprio correu riscos com as denúncias e não precisava trazer provas.


Leia o diálogo abaixo:

Carlos Portinho: – Agora, olha só, estava vendo essas penas aqui. Sabe quanto é… E são pessoas que corromperam, corruptos e corruptores, em caso comprovado. Sabe qual é a punição que pediram pelas denúncias do John Textor, por ele fazer as denúncias que eles alegam infundadas? Seis anos e R$2 milhões. Os corruptos e os corruptores pegaram uma pena menor do que a do Presidente que denunciou.


Carlos Portinho: – Aí eu pergunto, aí eu chego à pergunta a V. Exa. Presidente do Vila Nova, diante de uma pena sujeita ao John Textor de seis anos e de R$ 2 milhões, você é Presidente do Vila Nova que cortou na carne… E se fosse hoje, você faria com a mesma segurança ou você ficaria preocupado de tomar uma pena de seis anos e R$2 milhões que você não tem?


Hugo Jorge Bravo: – Senador, eu faria da mesma forma. E eu vou falar uma coisa para o senhor. Minha esposa ia pedir, pelo amor de Deus, para eu ser condenado a seis anos. (Risos.) Mas, assim, agora deixando a brincadeira à parte… Isso aí é o problema do país, chefe. Desculpe-me que eu não tenho compromisso com ninguém, com ninguém. Eu tenho compromisso com Deus e com a minha família. Isso é o problema do país. Nós só estamos vendo-o se desenvolver numa das faces, que é o futebol, onde está tudo errado! Nós vivemos num país da inversão dos valores, da podridão moral! Então, assim, a gente olha para a cabeça do nosso país e dali a gente vê muita coisa da qual a gente pode tirar conclusão. Está tudo errado! Está tudo errado, gente! Está tudo errado! Vou ser bem sincero, o nosso país é uma várzea, trazendo para o contexto do futebol. Está tudo errado! Está aí o exemplo, o senhor falou, mais uma vez… Mas isso aí a gente vê em vários segmentos. Então, é isso aí.


Carlos Portinho: – Então, Presidente, você vê que… Como eu sempre falei, a pena sugerida ao John Textor, eu já falei com o Kajuru, pode estar 99% errada. A gente já viu que teve uma imagem aí que suprimiram – do árbitro de campo. Pode estar só esse 1% certo.


Hugo Jorge Bravo: – Eu também não tenho obrigação de trazer prova.


Carlos Portinho: – Pode repetir, por favor.


Hugo Jorge Bravo: – Uma coisa que tem que ficar clara: eu também não tenho obrigação de trazer a prova. Eu trouxe os indícios.


Carlos Portinho: – É isso. É isso que é importante, porque se você inibir as pessoas de levarem os indícios, se você não tem um canal para que as pessoas encaminhem os indícios, você está deixando a porta escancarada.


Hugo Jorge Bravo: – Exatamente.


Carlos Portinho: – E se você ainda pune com a pena maior aquele que fez a denúncia de investigação do que o próprio corrupto e o corruptor, é inversão de valores, como você disse, Hugo.


Hugo Jorge Bravo: – Eu não sabia dessa questão de seis anos, o senhor me desculpe.


Carlos Portinho: – Não, é?!


Hugo Jorge Bravo: – Dá vontade de dar gargalhada.


Assista abaixo: 









 


O trecho pode ser conferido entre 49:43 à 1:00:59


A CPI cogita convocar membros do STJD para depoimentos e explicações.


A Operação Penalidade Máxima, do MP goiano, teve início no final de 2022, após a denúncia de que o volante Marcos Vinicius Alves Barreira (conhecido como Romário), então jogador do Vila Nova (GO), teria aceitado uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Ele teria recebido um sinal de R$ 10 mil e receberia os outros R$ 140 mil após a partida, com o pênalti cometido. O presidente do Vila Nova procurou identificar as pessoas envolvidas e iniciou um trabalho de produção de provas para levar o MP a investigar o grupo criminoso, acusado de oferecer dinheiro para jogadores de futebol receberem punições em campo. Os integrantes do alegado esquema lucrariam em sites de apostas esportivas. Bravo foi convidado a depor em requerimento apresentado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que preside a CPI (REQ 21/2024).


Fonte: Agência Senado

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