Em coletiva após Palmeiras x Botafogo, Artur Jorge diz que empate como este que aconteceu por desatenção: Não pode acontecer

    
Foto: Vítor Silva BFR


O Botafogo foi até o Allianz Parque para enfrentar o Palmeiras na partida de volta das oitavas de final da Libertadores, e confirmou a classificação com um empate suado, em 2 a 2, fora de casa. Igor Jesus e Savarino abriram o placar para o Alvingro, mas Flaco López e Rony deixaram tudo igual para o Verdão.


Em tom de ressalvas, o técnico Artur Jorge falou sobre a boa partida do Glorioso em São Paulo, mas deixou claro que os gols sofridos nos minutos finais o incomodaram. Para o treinador, o Botafogo soube sofrer e valorizou o Palmeiras como adversário.


– Tínhamos um rival de grande qualidade, como essa parte final demonstra o espírito dessa equipe. Nos dois jogos, fomos superiores. Não só em casa, mas aqui também. Fizemos uma primeira parte muito boa, muito solida. Na segunda fomos eficazes no que criamos e tivemos oportunidade de fazer mais gols. E esses últimos cinco minutos loucos, que nos tiraram a possibilidade de vencer as duas partidas, que era o que queríamos. Ainda aborrecidos, porque vínhamos para ganhar e era isso que queríamos. Fomos capazes de conservar o empate, que nos permitiu seguir na competição como queríamos.


Praticamente na última bola do jogo, Gustavo Gómez marcou o gol que daria a virada para o Palmeiras e levaria a partida para os pênaltis, mas acabou sendo anulado por toque na mão do zagueiro, em seguida. O português frisou que esse tipo de lance 'não pode acontecer'.


– Cobramos uns aos outros porque temos exigência máxima. Não pode acontecer isso. Temos que nos cobrar. Eu, enquanto treinador, (me pergunto) o que fiz de errado para que isso acontecesse.


Mesmo com o susto na casa do rival, Artur Jorge comemou a classificação e parabenizou os jogadores pelo empenho.


– Sempre dissemos que viríamos para jogar o jogo, para ganhar. Sabendo que a vantagem que trazíamos do Rio era importante, mas não suficiente para nós relaxarmos no jogo que teríamos. Essa foi a atitude que tivemos, que valoriza ainda mais o que conseguimos.


Outros pontos da Coletiva:


- Cobramos uns aos outros porque temos exigência máxima. Não pode acontecer isso. Temos que nos cobrar. Eu, enquanto treinador, (me pergunto) o que fiz de errado para que isso acontecesse.


Líder do Campeonato Brasileiro, o Glorioso tem duelo pesado no domingo contra o Bahia. A bola rola na Arena Fonte Nova às 16h. Confira outras respostas de Artur Jorge na entrevista após a classificação na Libertadores:


Trauma de 2023

- Não vamos falar sobre isso. Vamos falar de 2024 (repórter insiste na pergunta). O que posso dizer é que pensamos naquilo que é o hoje, um jogo em que precisaríamos estar preparados para competir. Não deixamos ninguém desiludido com o que prometemos.


- Sempre dissemos que viríamos para jogar o jogo, para ganhar. Sabendo que a vantagem que trazíamos do Rio era importante, mas não suficiente para nós relaxarmos no jogo que teríamos. Essa foi a atitude que tivemos, que valoriza ainda mais o que conseguimos.


- Os jogadores, seus compromissos. Estamos todos no Botafogo de parabéns pelo que fizemos, a forma como conseguimos superar este rival para seguir em frente em uma competição muito especial para nós. Demos mais um passo à frente no nosso crescimento não só como equipe, mas também enquanto clube.


Como equilibrar Brasileirão e Libertadores?

- Estamos em duas competições importantes, muito bem posicionados em qualquer uma delas. Mas estamos ainda com muitos jogos pela frente, mais 15 (no Campeonato Brasileiro) e mais cinco no que pode ser chegar à final da Libertadores. Vamos, como tem sido hábito nosso, olhar para isso de uma forma muito serena, porque hoje passamos por mais uma eliminatória.


- Temos que rapidamente voltar o foco para o Brasileiro, porque muito em breve teremos o Bahia para enfrentar. Não podemos baixar a guarda naquilo que nós precisamos. Cobramos uns aos outros porque temos exigência máxima. Não pode acontecer isso de uma forma que nos passe em claro. Temos que nos cobrar. Eu, enquanto treinador, o que fiz de errado para que isso acontecesse.


- E os jogadores dentro de campo, aspectos a melhorar. Fizemos um feito importante para nós, mas há margem para melhorar. Nesta altura, temos muita coisa para fazer à frente, muito a disputar, muitas batalhas pela frente. Este é o caminho. Vamos seguir, tentar fazer o melhor em cada um deles. No final, veremos onde somos capazes de chegar.


Já sabe explicar o que aconteceu na reta final?

- Não. Acho que teve mais a ver, ainda numa análise muito fria, com a dificuldade em controlar o que foi o jogo direto do adversário e os encurtamentos dos atacantes. Recuamos demais a nossa linha para permitir que a bola chegasse diretamente à nossa área.


- De uma forma geral, acho que isso aconteceu com alguma regularidade. Mas lembro que o resultado de 2 a 2 nos serviu, se o Palmeiras tivesse feito aquele gol (anulado de Gustavo Gómez), iria para as penalidades. Não mudaria nada em relação ao que era ao jogo, ao menos não nos afastava de rigorosamente nada. Mas temos que pensar que isso não pode acontecer.


- É alta competição. Acontece aqui, acontece na Champions, em qualquer outro campeonato. Temos que estar preparados e precavidos para que não nos aconteça. Tivemos um exemplo de que, às vezes por cinco minutos, deixamos por terra tudo que é um esforço de 180 minutos.


Fragilidade nas laterais

- Eu não tenho fragilidade em nenhum lado da equipe. Não tem fragilidade no elenco do Botafogo. Todos os jogadores são importantes para nós e temos demonstrado que, jogue quem jogar, aquilo que é a ideia coletiva é sempre com a mesma ambição, em busca de ganhar.


- É dessa forma que vamos encarar o próximo jogo. Independente de ser essa equipe, que repetimos por três jogos, ou não. Vamos com a força máxima disponível em busca de ganhar o jogo.


Título para esse jogo

- Vou citar um escritor português. Ilumina-me enquanto não houver amanhã. Hoje fomos iluminados e conseguimos fazer o suficiente para vencer essa eliminatória.


Dificuldade do calendário

- A dificuldade eu já tinha falado um tempo atrás. Teríamos um período de jogos com exigência enormíssima. Ainda vamos terminar esse mês com dois jogos muito importantes para nós contra Bahia e Fortaleza para podermos então parar e recarregar energia durante a Data Fifa.


Lesão de Luiz Henrique

- O Luiz estava com umas pequenas queixas. Resolvemos abdicar dele para não forçar e esperar, porque é possível que ele faça parte da lista da seleção nacional do Brasil e possa contribuir não só para o Botafogo, mas também para o seu país.


Sonho da torcida de conquistar a Libertadores:

- Você acha que eu também não sonho? Sonho eu, sonha o Savarino, sonhamos todos. Mas também sabemos que sonhos dão muito, muito trabalho. Temos consciência disso mesmo. A diferença para o torcedor é que o torcedor espera que as coisas possam acontecer, acredita em nós, deposita em nós essa missão.


- E nós sabemos que as dificuldades são imensas, então vamos gradualmente saber e tentar superar cada obstáculo que possa aparecer, para podermos continuar a sonhar. Só dessa forma é possível olhar para essa competição, sabendo do peso de um Palmeiras, que inclusive é dominante nesta competição.


- Demos aqui um passo importante, mas não maior do que contra outro rival que fosse. Apenas para comprovar também a nossa competência, o que exigimos de nós mesmos. Hoje demos esse passo em frente. Agora, vamos continuar a sonhar. Nós e quem quiser sonhar conosco.


Conversa com a esposa

- Vou deixá-la curiosa até o fim. Falei com a Maria antes de vir para cá, porque a prioridade é ela. Estava emocionada, a chorar ligeiramente, pois é uma sonhadora como nós.


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