Protagonista da arrancada do Botafogo no primeiro turno do Brasileirão, o treinador Artur Jorge revelou como trabalhou para transformar o vestiário da equipe após a temporada de 2023.Em entrevista ao GE, o português afirmou que existiam 'fantasmas' no clube, se referindo ao clima negativo em razão da perda do título brasileiro para o Palmeiras.
- Os fantasmas existiam, não tenho problema de falar sobre isso. Tenho que me resguardar nessa posição porque parece que eu tenho que me referir ao meu trabalho e ao que eu controlo desde minha chegada. Mas, de fato, é uma situação que não é comum a nível mundial em termos de desempenho ao longo do campeonato.
Aos 52 anos, Artur Jorge chegou ao Rio de Janeiro para vivenciar o maior desafio da carreira. Em situação confortável pelo Braga, clube de coração, o treinador deixou Portugal pela primeira vez e já sabia o que enfrentaria no Brasil.
-Confesso que a primeira imagem que tinha enquanto espectador não era a melhor sobre o futebol brasileiro, justamente pela continuidade massiva de trocas de treinadores. Muitos em cima de um ou dois resultados e isso não mostra estabilidade do projeto e é uma tremenda prova de falta de confiança.
E o Botafogo, pelo passado recente e a alta cobrança, representaria um desafio ainda maior. Mesmo que evitasse relembrar o passado recente nas entrevistas, o comandante afirmou que sempre buscava analisar o próprio trabalho, mesmo que a derrocada alvinegra tivesse sido notícia mundial.
A saída escolhida foi se utilizar do discurso para amenizar as dores e motivar o vestiário.
-Para trás, nada mais a alterar, e isso é fácil de fazer, mais ainda de falar, mas precisava ter formas de materializar. E como faríamos isso? Ganhando jogos.
O início não foi fácil, é verdade: foram duas derrotas consecutivas, diante de LDU e Cruzeiro, porém, a partir do período de adaptação, o Glorioso engatou três sequências invictas. O time só voltou a perder para Bahia e Criciúma, em partidas pelo Brasileirão.