Amasso alvinegro comprova a diferença entre Botafogo e Fluminense hoje


O resultado magro pode enganar, mas basta uma breve olhada no jogo para se dar conta da realidade. O 1x0 foi pouco! O Botafogo dominou o Fluminense e produziu o suficiente para construir uma vitória elástica. Faltou finalizar melhor para superar a ótima atuação de Fábio e manter a agressividade após abrir o placar. O cenário da partida não surpreende. Os rivais vivem momentos muito distintos.


O Glorioso tem um dos melhores desempenhos do país depois de 15 jogos sob o comando do português Artur Jorge. Evolui nitidamente em diferentes aspectos e possui armas múltiplas para superar um adversário. Já o Fluminense viveu mais uma noite corriqueira do ano de 2024. Baixa produtividade ofensiva e defesa exposta. Passa muito longe do rendimento da última temporada.


Escalações


Artur Jorge não teve Danilo Barbosa, Eduardo, Savarino e Jeffinho. Gregore formou a dupla de volantes com Marlon Freitas. Tiquinho voltou a ser titular depois de mais de 50 dias. Tchê Tchê foi mantido na meia-esquerda. Lucas Halter e Hugo foram preteridos na linha de defesa para as entradas de Barboza e Cuiabano.


Fernando Diniz não contou com Felipe Melo, André Arias e Keno. Marlon e Manoel formaram a zaga. Samuel Xavier voltou a lateral-direita e Marquinhos foi adiantado para a ponta. John Kennedy atuou a partir da ponta-esquerda e Lima fez a dupla de volantes com Martinelli.



O jogo


Explicar como o Botafogo não foi para o intervalo vencendo a partida é difícil. O Alvinegro foi muito superior ao Tricolor na 1ª etapa. Inutilizou a saída de bola do Fluminense com uma intensa e organizada marcação adiantada. Forçou erros perto da meta rival. Expôs novamente o quanto o time das Laranjeiras tem encontrado problemas para progredir com a posse no campo.


Dá para dizer que somente em dois momentos o Tricolor conseguiu sair de área a área com eficiência. Em ambas o atacante Marquinhos foi acionado. Na primeira em passe longo de Martinelli. Na segunda, em rara boa troca de passes curtos. Recebeu de Lima e acionou Marcelo, antes de finalizar o cruzamento do camisa 12 na trave direita. A única jogada de perigo do Fluminense no 1º tempo.


Já o Botafogo finalizou 13 vezes em 50 minutos. Teve três grandes chances para abrir o placar, fez Fábio trabalhar e viu Junior Santos mandar na trave em um lindo contragolpe iniciado por Marlon Freitas. De contrato renovado, o volante se destacou mais uma vez. Foi o integrante da linha de meio que se adiantava para fazer a primeira pressão ao lado de Junior Santos e Tiquinho.


Luiz Henrique e Tchê Tchê bloqueavam bem os lados. Gregore se projetava para não deixar lacunas entre os setores. Foi um ''leão''. Ganhou vários duelos no meio-campo e acelerou na sequência. Junior Santos foi muito acionado em profundidade. Estava claro que esta era uma proposta do Glorioso: explorar os espaços nas costas da defesa do Fluminense.


Faltava coordenação para a última linha correr para trás. Faltava pressão ao integrante da linha de defesa alvinegra que faria o lançamento. Damián Suárez se projetou pela direita em alguns momentos e também recebeu passes assim. Cuiabano e Tiquinho, em menor escala, foram outros alvos. Martinelli e Manoel eram os mais perdidos do sistema defensivo do Fluminense.


Por mais que o ritmo alvinegro tenha caído um pouco depois dos 30 minutos, o controle do jogo seguiu com o Botafogo até o intervalo. Tiquinho também era importante nos trabalhos de pivô na intermediária. Atraía um dos zagueiros do Fluminense e esvaziava ainda mais a linha defensiva tricolor.


A situação mudou muito pouco no 2º tempo. Em menos de 15 minutos o Glorioso já havia chegado com perigo em quatro oportunidades. Fábio era o principal responsável pelo placar em branco. Mas faltava um dose de precisão aos donos da casa. Fernando Diniz sacou os apagados Ganso e Cano. Isaac e Renato Augusto entraram. John Kennedy foi atuar no centro do ataque.


Nada se alterou de maneira significativa. Uma das formas de produção do Botafogo no jogo e desde que Artur Jorge assumiu o comando do time é a bola parada aérea. As variações nas jogadas de escanteio e faltas laterais chamaram a atenção mais uma vez, e em uma delas o angolano Bastos subiu livre para cabeçear mais um escanteio bem cobrado por Damián Suárez.


Com a vantagem no placar, o Botafogo recuou o bloco de marcação. Óscar Romero substituiu Tiquinho. O Fluminense pôde, enfim, ter a bola no campo de ataque, rondar a área alvinegra. Diniz tirou Samuel Xavier e Manoel. Douglas Costa e Alexsander foram a campo. Marquinhos passou a jogar na lateral-direita e Martinelli na zaga.


Mesmo em outro contexto de jogo o Tricolor não conseguiu impor o seu futebol nos últimos minutos. Não criou, esbarrou na área bem protegida pelos anfitriões, e quase levou o segundo gol em rápido contragolpe. Junior Santos mais uma vez desperdiçou boa chance. Com a vitória, o alvinegro agora precisa torcer para Flamengo e Bahia não vencerem Grêmio e Fortaleza na quinta-feira.



1 a 0 fica barato para o Fluminense na melhor atuação do Botafogo com Artur Jorge


O placar mínimo pode passar uma impressão de jogo equilibrado, mas o Botafogo foi superior ao Fluminense do primeiro ao último minuto em partida nesta terça-feira, no Estádio Nilton Santos, pela 8ª rodada do Brasileirão.


O domínio não se traduziu em bolas na rede, mas em volume de jogo. O Alvinegro teve chances em atacado para marcar mais, mas parou em boa atuação de Fábio - quando conseguiu passar do goleiro, ou parou na trave ou na pontaria ruim. Bastos, no único chute que deu na partida, foi preciso e abriu a porteira em cabeçada.


E poderia ter sido mais. Só Júnior Santos perdeu três chances claras. Não foi a noite do artilheiro do Alvinegro em 2024: o camisa 11 viu Fábio parar um chute praticamente na pequena área com grande defesa. Em outras duas oportunidades, pecou pelo preciosismo.


Luiz Henrique também viu o goleiro tricolor aparecer com destaque em chute de fora da área. Foram 19 finalizações da equipe ao todo.


Para impedir a equipe de Diniz em progredir com passes curtos e triangulações, a chave foi Tchê Tchê. Com bola, o camisa 6 era um meia pela esquerda, quase aparecendo como um ponta; sem a posse, ele fechava com um volante, também ajudando como ala pelo lado esquerdo - justamente na faixa onde Marquinhos e Samuel Xavier atuam.


Sem poder contar com as duas válvulas de escape pela direita, o Fluminense exagerou nos chutões. Quase todos foram rebatidos por Bastos e Barboza. E assim a bola parecia que sempre estava nos pés do Botafogo. Dos zagueiros, Tiquinho se posicionava em uma região central para recebê-la e visar um companheiro melhor colocado e buscar as costas dos defensores rivais em um lançamento longo.


Assim a maior parte das chances do Alvinegro foram criadas. Pressionar, fechar as principais opções de passe do time de Diniz, esperar um chutão, recuperar, dar para Tiquinho e acionar Júnior Santos ou Luiz Henrique em velocidade.


Com exceção de uma finalização na trave de Marquinhos no primeiro tempo - nas raras vezes que Marcelo subiu com liberdade -, o Fluminense correu para anular os ataques do Botafogo. O time já teve placares mais elásticos sob o comando de Artur Jorge - vitória por 5 a 1 sobre o Juventude, por exemplo -, mas nenhuma atuação desta magnitude.


- Vencemos por 1 a 0, e acho que é curto para o que os jogadores fizeram em campo e a forma como se comportaram. Fomos claramente dominadores. Esse Fluminense é uma equipe tremenda e muito difícil, mas hoje tivemos um Botafogo que mostrou ter sido bastante superior. O que criamos foi claramente justo e merecido - analisou o treinador em coletiva.


O Alvinegro dorme na liderança do Campeonato Brasileiro. O time volta aos gramados às 18h30 do próximo domingo para enfrentar o Grêmio no Estádio Kléber Andrade, em Cariacica.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem