Contratada pela CBF desde 2017, com ampliação de contrato em 2022, a Sportradar é uma empresa internacional de tecnologia esportiva que monitora apostas em partidas realizadas no Brasil. Com as denúncias de John Textor, acionista da SAF do Botafogo, sobre manipulação de resultados, a imprensa começou a bater em uma tecla, ignorando detalhe importante.
Parte da imprensa argumenta que os jogos considerados suspeitos pela Sportradar em 2023 foram 109, sendo 15 em competições da CBF, com nenhum deles na Série A. É uma forma de tentar diminuir as acusações de John Textor.
Contudo, a mesma imprensa não cita que a Sportradar simplesmente não conseguiu identificar manipulação em nenhum dos jogos que foram provados na Operação Penalidade Máxima, deflagrada em novembro de 2022 pelo Ministério Público. Foram 26 pessoas envolvidas, com pelo menos 15 jogadores (alguns inclusive de Série A) e diversas partidas manipuladas. Todas ela embaixo do nariz da Sportradar e da CBF, que não notaram nada suspeito.
No ano passado, em nota à “Folha”, a Sportradar não comentou o assunto e respondeu que “por conta do contrato de confidencialidade com as entidades e empresas parceiras, dados específicos de jogos, ligas e atletas não são divulgados, até porque se uma investigação é aberta, as informações ficam sob segredo de justiça”. A CBF não quis comentar a metodologia da parceira.
Já na CPI da Manipulação, a empresa argumentou que “a quantidade de competições no país cria tempestade perfeita” e admitiu que não percebeu irregularidades nos jogos provados pelo Ministério Público.
O Brasil é o líder mundial em partidas com suspeita de manipulação. John Textor tenta provar a corrupção no futebol brasileiro e promete entregar provas.