A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas ouviu nesta segunda-feira (29/4) Julio Avellar, diretor de competições da CBF, e Eduardo Gussem, Oficial de Integridade da entidade. Perguntado sobre as denúncias feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, Gussem classificou-as como “ilações” e “colocações abstratas” e disse que o empresário norte-americano “não é o dono da bola”.
– O registro feito a um canal de denúncia e a tramitação dessas investigações começam formalmente através de uma notícia-crime em que, no caso presente, o CEO do Botafogo formaliza os fatos às autoridades. E as autoridades, a partir dali, começam a adotar as medidas legais cabíveis. Aí, alguém pode me perguntar: “Ele poderia anexar a essa notícia-crime um estudo, algum documento que pudesse contribuir com essa apuração?” Claro que poderia. Mas a decisão final da validade disso vai ser sempre das autoridades públicas. Nesse aspecto específico, o CEO do Botafogo, o noticiante, não é o dono da bola. Não é ele que conduz a forma com que essas investigações vão acontecer, são as autoridades públicas – afirmou Gussem.
– E as autoridades públicas certamente vão analisar, inclusive, essas provas trazidas aos autos. Até esse momento, ficamos muito num campo de reuniões, pedidos de reuniões, ilações, de colocações abstratas e não concretas. A CBF estará sempre de portas abertas, há um e-mail inclusive da Unidade de Integridade disponível para todos e, se alguma notícia grave chegar lá, imediatamente será encaminhada para o Ministério da Justiça e para a Polícia Federal. Todas as situações pretéritas seguiram esse protocolo – completou.
Integrante da CPI, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) rebateu Gussem, disse que o que Textor trouxe são indícios muito fortes e que a CBF deveria receber o dono da SAF do Botafogo com “tapete vermelho”.
– Com relação às denúncias de John Textor, o que mais li é que ele tentou de todas as maneiras encaminhá-las para a CBF. Ele poderia enviar por e-mail? Poderia, mas o John Textor é o Botafogo, e o Botafogo é da família futebol. Se ele tem alguma denúncia, ele deveria ser recebido com tapete vermelho, cafezinho, e mesmo se estiver 100% errado, a CBF tinha que encaminhar e dar crédito a toda e qualquer denúncia, seja de quem for, se não vamos inibir que outras denúncias sejam encaminhadas – disse Portinho.
– Eu vi os indícios do que trouxe o Textor e me chamou muita atenção. Temos linha de VAR de impedimento alterada, linha torna, temos um caso sério do que é visto pelo VAR e pelo árbitro, que está incongruente, e temos as questões de comportamento atípico de atleta, de muitos atletas no mesmo lance, que deveriam ser levadas a sério pela CBF – completou o senador fluminense.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), vice-presidente da CPI, fez coro ao discurso de Portinho.
– Percebi um tom preocupante com relação ao John Textor preocupante, quando foi falado que ele não é o dono da bola. Sabemos que ele não é o dono da bola, mas a CBF precisa compreender que ele e o Botafogo fazem parte do espetáculo. Tem que ser ouvido, o depoimento que ele deu à CPI é preocupante, o cara está ajudando o futebol brasileiro – afirmou Girão.
Após o comentário de Girão, Gussem voltou a falar sobre as questões envolvendo Textor.
– Quando fiz o registro de que o CEO do Botafogo não é o dono da bola, é na condução das investigações. Ele tem todo o direito de apresentar notícias-crimes, é o noticiante, e a função dele vai até uma etapa, ao procurar e formalizar nas instituições a notícia dele. A partir dali, a condução desses trabalhos será feita pelas autoridades públicas. Essas colocações começaram por meio de adjetivações fortes, falando em corrupção, manipulação e fraudes. Talvez tenham começado de trás para frente. As autoridades aguardam ansiosamente por esse registro, e a partir dele conseguirão identificar fatos, pessoas e provas. Não é A, B ou C que diz qual é a rainha das provas – afirmou Gussem.
– A primeira etapa dele, OK, ele concluiu, vamos para as etapas subsequentes. Se ele quiser ir à CBF para formalizar algo, vai ser recebido muito bem. Se quiser ir à CBF para conversar, sem gravação, sem registros tão graves, consideramos prudentes não recebê-los dessa forma, porque são fatos graves que sinalizam para crimes, situações como essas tem que ser vistas com muito cuidado. Ele fala de dados, de uma nova forma de analisar o futebol, isso talvez tenha criado até uma emulação muito grande no campeonato atual, que já começa de uma maneira estressada – continuou o dirigente.
– Eu assisti à fala dele aqui e achei uma sugestão muito interessante, controle maior dentro dos gramados, a ampliação de câmeras para auxiliar o VAR, tornar o VAR menos subjetivo, temos que ouvi-lo. Mas, nesse contexto, ele tem que apresentar provas, porque é um tipo penal também que trata da denunciação caluniosa. Às vezes quem denuncia, acaba sendo investigado. Por isso temos que analisar com esse olhar mais acurado. Todo respeito ao senhor John Textor e a todos aqueles que nos queiram procurar para trazer fatos reais e concretos. Só não posso tomar um café com quem diz que há corrupção, manipulação e fraude. Nesse contexto específico, o assunto veio à torna de uma forma invertida – concluiu Gussem.
Diretor de competições da CBF, Julio Avellar disse que não foi procurado por John Textor.
– John Textor não me procurou diretamente, mas aproveito para ressaltar, isso pode até perguntar para o Botafogo, sou a pessoa mais acessível do mundo, atendo a todos os clubes e federações, a CBF está sempre aberta a receber qualquer filiado – respondeu Avellar.
Hélio Santos Menezes Junior, diretor de Governança e Conformidade da CBF, também prestaria depoimento nesta segunda-feira à CPI, mas disse que não poderia estar presente em virtude da Assembleia Geral da CBF marcada para esta terça-feira.
Acompanhe os principais trechos da CPI de hoje 29/04:
A CPI regrassa, e Renato Gaúcho ganha destaque no dia que representantes da CBF são sabatinados; segundo relatório da GOOD GAME o segundo gol marcado por Savarino ontem no Maracanã foi irregular. Informou @SenadorKajuru
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Kajuru perguntou para todos os presentes se era ético um diretor de uma federação do mesmo estado, está junto do quarto árbitro pic.twitter.com/VQne0YkHl8
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Sob Juramento no Senado, o Diretor de Competições da CBF, Júlio Avellar jurou dizer a verdade na CPI. Na sequência disse que a CBF está buscando combater as manipulações, e a regulamentação das casas de apostas.
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Júlio Avellar confirma que a CBF não fazia monitoramentos das partidas em 2021,começou mais ou menos em 2022, 2023 no fim conseguiram uma parceria melhor, mais não foi isto tudo, todo mundo viu o que aconteceu...(E os relatórios da SportsRadar) não foram tão unânimes
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@RomarioOnze perguntou para o diretor de competições da CBF, Júlio Avellar. John Textor mostrou vídeos feitos pela GOOD GAME com uso da inteligência artificial para captar manipulações nas partidas. Você entende que o VAR pode ajudar nas investigações nas partidas?
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INSANIDADE TOTAL:Júlio Avellar, diretor de competições da CBF diz que Jaílson Macêdo Freitas (que pode ser banido de acordo com a ANAF) não interferiu na expulsão de Diego Costa. Na partida entre Bahia x Grêmio no último sábado. Após pergunta de Romário à respeito.
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Romário insistiu, o delegado do jogo (Jaílson Macêdo Freitas) pode ou não interferir na partida como disse o Renato Gaúcho, Júlio Avellar disse que não. Depois Romário perguntou pra Eduardo Gussem porque os contratos da CBF são feitos como contratos de guarda-chuva.
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Eduardo Gussem tentou amenizar dizendo que não houve manipulações na COPINHA. Carlos Portinho rebateu, vocês deveriam ter recebido o John Textor com tapete vermelho e cafézinho, afinal ele faz parte também da família Futebol. CBF quer muita GRIFE, mas pouca melhoria.
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Carlos Portinho disse que as denúncias deveriam ter sido levadas a sério.Portinho disse que o e-mail é bastante difícil das pessoas guardarem. A CBF não tem documentos com troca de informações com as casas de apostas. É uma verdadeira bagunça escondida por Júlio Avellar e Gussem. pic.twitter.com/JatLokYrgr
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Carlos Portinho @carlosfportinho diz que há um erro para manipulação de apostas, de que há um erro para manipular outras questões, antes da LEI DAS APOSTAS, já houve casos antes: Como a Máfia do Apito. A procuradoria do STJD procura o MP? Pergunta Portinho à Júlio A.
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Diferente do que foi falado por Júlio Avellar, minutos depois, @carlosfportinho e @SenadorKajuru concordaram que foi GRAVE, o que aconteceu em Bahia 1 x 0 Grêmio, após o Jaílson Macêdo Freitas ter sido relacionado para àquela partida.
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O Senador @EduGiraoOficial rebateu Júlio Avellar e Eduardo Gussem, dizendo que no lugar de ter PROFETIZA NA BET,que coloquem o e-mail para denúncias. E disse que eles precisam mudar o tom, com John Textor. Ele não é o dono da bola,mas sim quer o melhor p/ o futebol🇧🇷
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Júlio Avellar fugiu da pergunda de Eduardo Girão, se tem conflito de interesse entre a CBF e casas de apostas, pois não é coincidência na SÉRIE A (ter a BETANO) e na Série B ter a (BETNACIONAL) pic.twitter.com/drb5GSYGeu
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Eduardo Gussem se contradiz, e diz que Textor tem boas ideias, mas não quer tomar café com ele, pois ele disse que tem corrupção no Futebol🇧🇷 ¨sem provas¨pois está fazendo calúnias.Girão rebateu dizendo que eles (Júlio A.) e Gussem não estão respondendo corretamente.
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O Senador Dr Hiran de Roraima, disse que há uma má fé de algumas pessoas com John Textor, só porque ele não fala Português e a suspensão do STJD foi mal feita. Tem que haver investigações, para o bem da CBF e do Futebol.
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Nem o Kajuru deposita confiança no Seneme. @SenadorKajuru disse que Ednaldo Rodrigues tem que ver os vídeos junto do Textor na CBF, e que a CPI não é pra terminar em Pizza, mas sim em goleada. E pede mais sinceridade de Júlio Avellar e Eduardo Gussem na CPI.
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Júlio Avellar toma chamada de Jorge Kajuru, o Jaílson Macêdo não podia estar ali (ele era ligado à federação Baiana de Futebol) e o Renato Gaúcho não é mentiroso. Eduardo Gussem muda o tom, e diz concordar com Textor nas melhorias do VAR e na expertise de tecnologia.
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Jorge Kajuru @SenadorKajuru diz que bancos, e cervejas diminuíram na publicidade. Leila Pereira disse que o valor das casas de aposta é fundamental para o dia-a-dia dos clubes. Kajuru disse que os clubes precisam ter mais atenção com o histórico das casas de apostas.
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A CPI no Senado contra a manipulação de jogos e apostas voltará entre os dias 13, 14, 15, 16 de Maio. Confirmou @SenadorKajuru
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O árbitro Glauber será sabatinado em Maio. O Relatório de John Textor com a GOOD GAME de 180 páginas foi enviado à CPI.
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A CPI VOLTARÁ AGORA NO DIA 13 DE MAIO, COM DESTAQUE PARA O EX-ÁRBITRO GLÁUBER, LEILA PEREIRA PRESIDENTE DO PALMEIRAS, E DO PRESIDENTE DO SÃO PAULO JULIO CASARES.