Completamente fascinado por scouting e análise de dados, John Textor conseguiu em pouquíssimo tempo otimizar esses processos no Botafogo. O clube trouxe jogadores que não eram conhecidos do grande público e que hoje são destaques no Campeonato Brasileiro, como o artilheiro Tiquinho Soares, o meia Eduardo e o zagueiro Adryelson.
Na apresentação do técnico Bruno Lage nesta quarta-feira, Textor destacou o trabalho liderado pelo head scout Alessandro Brito e ressaltou a mudança de mentalidade no perfil de contratações, depois de ter pesado em trazer grandes astros no ano passado para o Botafogo.
– Vocês lembram que quando eu cheguei estava pronto para trazer Cavani, Zahavi, estava atrás do James Rodríguez, falava que eram aqueles jogadores com 2% de chances. Mas Brito e Mazzuco trouxeram… Amo que tenhamos esse elenco de jogadores sem nome. Toda vez que contratamos, alguns de vocês disseram: “Quem?” E, agora, olha no que eles se tornaram. Quem nesse time de jogadores sem rosto seria substituído pelo Cavani? Não tenho certeza. Acho que temos um ótico scouting, com ótimos dados, vídeos e equipe e estamos contratando jogadores que ninguém ouviu falar, que ninguém pensou em contratar, e agora cantam músicas como “ahn ahn” – disse Textor, brincando com a música de Segovinha.
– No nosso elenco hoje, temos no nosso projeto algo interessante que tenho visto em clubes ao redor do mundo. O Crystal Palace pagou 8 milhões de libras (R$ 62,5 milhões) dois anos atrás pelo Michael Olise, que foi quase uma pechincha, e hoje ele vale muito mais. Mas ainda são 8 milhões de libras. Se eu pago isso no Brasil, é uma compra gigante. Mas, sobre os jogadores que temos hoje, Segovinhas, Carlos Albertos, jovens que nós damos oportunidades de fazer essas coisas lindas, são os mesmos jogadores que falamos de 10 milhões de dólares, 20 milhões, talvez até 30 milhões no futuro. Antes de me perguntarem se vou gastar 10 milhões para comprar algum jogador, adoro o projeto de desenvolvimento que temos aqui, porque esse dinheiro está no nosso elenco com pessoas que achamos no Paraguai, o Diego Hernández que gastamos dois milhões, enfim… – disse Textor.
– Gosto de ganhar dinheiro com salários, não pagando pela transferência a outros clubes. Não gosto de dar dinheiro para outros clubes – encerrou.