E o CT do Botafogo? Ainda à espera de um terreno que será doado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, o clube tem planos ambiciosos. Em entrevista ao programa “CNN Esportes S/A” neste domingo (16/7), o diretor geral da SAF alvinegra, Thairo Arruda, contou que o projeto pode contemplar também o Lyon e o clube social.
Assista abaixo a participação de Thairo Arruda no CNN Esportes S/A:
– De certa forma é um projeto de longo prazo, temos tratado com a Prefeitura, agradeço ao Eduardo Paes, que pessoalmente tem tratado conosco. Processo do setor público naturalmente é mais moroso que do setor privado, temos que ter paciência por essa terra para colocar em prática nosso projeto de CT. A ideia é ser CT multiuso não só para a SAF do Botafogo, mas o Lyon ter seu espaço para formar jogadores latino-americanos. O Lyon pode ter a área deles, metodologia deles e desenvolver atletas. E inclusive estamos querendo ajudar o clube social, tendo espaços em que possamos trazer benefícios ao clube social e aos esportes olímpicos. Clube social forte faz a SAF forte e vice-versa – explicou Thairo.
– A Prefeitura no passado já teve concessão de terra nos terrenos de Fluminense e Vasco, quer fazer o mesmo com o Botafogo. Para desenvolver o esporte, a região, tem contrapartidas óbvias. O esporte tem que ser visto como um setor diferente, gera externalidade positiva, emprego, mexe com a paixão do torcedor. Tem que ser tratado com carinho pelo setor público – acrescentou.
Adicionalmente, o dirigente comentou sobre a rede global de clubes de John Textor, a Eagle Football, quando foi perguntado sobre possível conflito de interesses.
– Conflito de interesse não existe, os próprios contratos têm outros acionistas, o que protege. Aproveitamos muito de sinergias. O Lyon já é consolidado como uma casa de shows na França, nosso diretor de operações foi lá e aprendeu bastante. O Lyon faz contrato com mesmos promotores que nós. Nosso departamento de scouting também tem os ajudado bastante – revelou.
Botafogo estima aumentar receita de R$ 100 milhões pré-SAF para R$ 350 milhões em 2024: ‘Visão é ser sustentavelmente competitivo’
– Nosso plano é sempre de longo prazo. Também estamos um pouco entusiasmados com esse momento, não esperávamos estar agora na primeira posição com essa diferença. Esperávamos no futuro, chegou antes. Nosso horizonte é de longo prazo, com planejamento estratégico e sem loucuras. A visão é ser um clube sustentavelmente competitivo. O ano passado foi de sobrevivência, esse ano, o segundo, temos casa organizada, time competitivo. É o ano que chamamos de crescimento – explicou Thairo, que estimou aumento nas receitas.
– O aporte que o John Textor está fazendo por contrato é o recurso que temos para cumprir esse gap entre receitas e despesas até atingirmos a sustentabilidade. Temos mais um ano e meio utilizando esses recursos extras para chegar em um nível financeiro em que o Botafogo seja sustentável. Temos desenvolvido novas formas de receita, quando assumimos era R$ 100 milhões, esse ano vamos fechar em R$ 250 milhões, no ano que vem estimamos R$ 300/350 milhões. Quando o Textor terminar aportes, esperamos estar em nível sustentável e competitivo – adicionou.
O dirigente ressalta que o Botafogo tem buscado novas receitas.
– Nosso objetivo, nossa missão, é utilizar os recursos da melhor forma até ser sustentável. Ser competitivo sem queimar caixa. No Brasil, folha salarial está diretamente ligada à colocação na tabela. Quando cresce nível de receita, mais condição de elenco mais caro, mais condição de ganhar títulos. Mas se é uma receita que todos os clubes têm, não crio vantagem competitiva. Não é só gerar receitas, é gerar receitas que meus competidores não conseguem. Como business de show. Criamos uma receita que os outros não têm – destacou.