Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 12 gols pelo Goiás, Pedro Raul vive grande fase e foi até elogiado pelo técnico Tite, da Seleção Brasileira, que o chamou de “Fred atualizado”. O centroavante teve passagem pelo Botafogo em 2020 e mantém carinho pelo clube, o qual ajudou a “salvar”.
Foi o que contou o presidente Durcesio Mello, em entrevista ao “Glorioso Connection”, nesta terça-feira. O mandatário alvinegro explicou como o clube conseguiu se sustentar no início de seu mandato.
– O clube não teria dinheiro para chegar em abril de 2021 quando entrei. Não tinha dinheiro para pagar nada. Ia fechar as portas. Ia ser muito sério, talvez mais que o América, porque não tinha dinheiro, todas as contas bloqueadas e era muito sério o negócio. Demos uma sorte, lógico que com alguma estratégia. Logo que entrei conseguimos vender o Pedro Raul para o Japão. Foi um golaço que fizemos porque não só negociamos com ele e o empresário, tiramos o bônus de 1,5 milhão de euros que ele receberia, paguei a parte de empresários, uma bonificação pequena para ele, 60% ficou com o Botafogo. Joguei para o sindicato. Pedro Raul abriu mão do 1,5 milhão de euros, recebeu US$ 200 mil dólares de bonificação. Botamos US$ 1,3 milhão, convertidos em reais, na conta do sindicato para garantir os salários, não só de jogadores, como de funcionários. Tanto que terminamos a Série A rebaixados, mas com salários em dia. Veio o mês seguinte, vendemos o Caio Alexandre, todo dinheiro foi para o sindicato, depois Matheus Babi e PV, que a torcida caiu de pau e ainda temos 25%. Assim íamos vivendo. Esses quatro jogadores deram fôlego de tocar o ano, Carioca e Brasileiro da Série B onde subimos com salários em dia, de jogadores e funcionários. Foi uma salvação – admitiu Durcesio Mello.
O dirigente contou que teve que fazer escolhas difíceis no Botafogo.
– Adorava o Caio Alexandre. É formado no Botafogo, falo com ele até hoje. O próprio Babi também. Não queríamos, mas tivemos que fazer. Você tem que fazer isso para salvar empregos, abrir mão de outros. Foi assim na demissão dos 91 funcionários, muito triste, foi o único dia que faltei o trabalho no Botafogo. Não fui à sede nem ao Nilton Santos ,estava arrasado, não conseguia, foi muito difícil. Mas mandando 91 embora consegui salvar 300 empregos. Senão ia todo mundo junto – lembrou.