Nos últimos dez jogos, Alvinegro saiu de campo derrotado em sete oportunidades. Com desfalques e carências no elenco, time tem regredido e tido falta de poder de criação
Nas últimas dez partidas, o Alvinegro saiu de campo derrotado em sete oportunidades. Mais que isso, foi a maneira como os últimos tropeços aconteceram, com um time sem qualquer poder de criação ou variação tática para surpreender os adversários.
- ELENCO AINDA SENDO MONTADO E FALTA DE PRÉ-TEMPORADA
É preciso ponderar que o elenco do Botafogo tem sido montado durante a temporada. Luís Castro chegou com os campeonatos já em andamento e ainda está conhecendo o futebol brasileiro. No entanto, é um risco que John Textor correu com os prazos que tinha, mas a confiança é em um trabalho a longo prazo.
Em vários momentos, o comandante português citou que a meta da equipe é permanecer na elite do futebol brasileiro. Sendo assim, ele tem plena consciência de que a oscilação iria acontecer, porém o Alvinegro pode entregar mais e regrediu em campo.
- FALTA DE PADRÃO TÁTICO E VARIAÇÃO DE JOGADAS COLETIVAS
No duelo contra o Cuiabá, ficou nítido que Luís Castro insiste apenas em um estilo de jogo e demora a fazer alterações. A equipe carece de uma maior variação para atuar de acordo com a distribuição que o adversário apresenta em campo.
O Cuiabá, por exemplo, tinha Rodriguinho como falso 9, o que fez com que a função dos três defensores fosse praticamente nula. Eles também não foram efetivos na criação com uma bola longa e lentos na marcação contra um adversário com dinamismo nas trocas de posições.
Não é porque os três zagueiros funcionaram contra o São Paulo, que o esquema tenha que ser utilizado em todos os jogos da temporada. O comandante português parece ter dificuldade para variar com os desfalques e as peças que tem em mãos.
É nítida a necessidade de reforços no elenco do Botafogo e isso tende a ocorrer a partir da próxima semana (abertura da segunda janela de transferência da temporada). Porém, o time pode e deve entregar algo mais efetivo em campo, sem ser amplamente dominado em determinados confrontos.
Além das carências do elenco, Luís Castro também sofre com atletas lesionados. Ele tenta fazer a equipe ter equilíbrio entre as linhas, mas é notória a dificuldade que vai além de maus resultados. Diante disso, a inconsistência tem pesado, e o time tem deixado pontos importantes pelo caminho.
FALTA DE PODER DE CRIAÇÃO E ARTICULAÇÃO NO MEIO
Um dos setores que mais tem enfrentado problemas neste início de trabalho do português é o meio de campo. Em vários momentos, o time abusou da bola longa e não conseguiu dar sequência às jogadas. O ataque não consegue segurar a bola na frente para que o centroavante faça o pivô e trabalhe com os meias e pontas que venham de trás.
Patrick de Paula (contratação mais cara da história do clube) e Tchê Tchê (não tem tido mais oportunidade) não conseguem corresponder em campo. Tem faltado mais dinamismo e velocidade para encaixar as transições ofensivas e fazer o Glorioso ser mais perigoso. Kayque foi o único volante que ainda conseguiu se destacar nesse tipo de jogada, mas torceu o joelho.
- SISTEMA DEFENSIVO LENTO E CAOS NAS BOLAS AÉREAS
Com a linha de três zagueiros, a defesa se comportou bem contra o São Paulo, porém ficou lenta com os jogadores que tem à disposição. No domingo, o Cuiabá teve liberdade para transitar no último terço e faltou mais atenção, sobretudo no primeiro gol. Gatito Fernández falhou, mas a defesa também não teve tempo de reação.
As bolas alçadas na área têm incomodado e gerado bons momentos para os adversários. Apesar do triunfo sobre o Red Bull Bragantino, cada bola cruzada era um caos, algo que também aconteceu em outras partidas. Luís Castro precisa corrigir essa deficiência antes que deixe mais pontos pelo caminho.