Narradora do Grupo Globo, Renata Silveira tem construído uma forte identificação com a torcida do Botafogo de um ano para cá. Ela narrou jogos importantes, vitórias, goleadas e se tornou um espécie de “xodó” ou “amuleto” para os torcedores.
Ela leva na boa a relação e recorda como foi o início, em entrevista ao “Charla Podcast”.
– Quando estava na Fox, narrava muitos jogos do Valencia, você vai pegando carinho especial, tendo mais conhecimento. Acontece isso com o Botafogo também. Minha estreia no SporTV foi no do dia 10 de março (de 2021), 5 a 0 do Botafogo no Moto Club, o clube tinha sido rebaixado, estava vivendo momento absurdo. Narrar um 5 a 0 não foi uma virada de página, mas foi um alívio para o torcedor. Quando iam imaginar a goleada? Para mim foi ótimo que já teve gol com 2 minutos, estava super nervosa, aí aliviou. Foi um gol atrás do outro, virou uma festa. Virei figurinha, virei meme, “você recebeu a narradora da sorte”, “craque do jogo”, “muro do Botafogo“… Falei “gente, está nessa proporção”. Não precisou de mais nada – brincou.
Renata Silveira contou que, como antes narrava jogos do Campeonato Espanhol, não havia tanto a relação de ser um torcedor assistindo, eram mais fãs de futebol. E também críticos, alguns com discurso de ódio. No Botafogo, foi outra história.
– Totalmente diferente do que eu tinha recebido antes, pensava: “já estão me amando aqui”. “As pessoas também me amam, no caso uma torcida”. Foi bem legal. Pedem “Globo, coloca Renata Silveira para narrar todos os jogos do Botafogo”, agora com John Textor falam “Textor, contrata a Renata Silveira para a Botafogo TV” (risos). Narrei alguns jogos na Série B, até derrotas e a eliminação na Copa do Brasil. Não acreditei quando saiu o gol do empate do Gilvan: “será que eu dou sorte mesmo?”. Mas é claro que não tem nada a ver. A eliminação foi nos pênaltis, não tenho nada a ver com isso, meu negócio são os 90 minutos (risos). Narrei o gol do título do Diego Gonçalves, em Pelotas. Aí voltei a narrar agora, contra o Ceilândia – contou Renata, que tem uma história curiosa sobre a estreia na Globo.
– Estava em um jantar na casa da minha chefa, estava falando sobre jogos, estrear na Globo, “vai fazer futebol feminino”, “a hora no futebol masculino vai chegar”, eu soltei: “podia ser do Botafogo hein?”. Não sei se teve a ver, mas vai que… Vai o Botafogo, que a torcida já me ama, ajuda. Na Globo o canhão é outro, no SporTV é para quem consome futebol e para o torcedor que está ali. Me senti mais confortável de estar no Mané Garrincha, com mais de 28 mil botafoguenses, para fazer essa estreia – completou.