A monstruosa atuação de Gatito Fernández na vitória do Botafogo sobre o Flamengo por 1 a 0 neste domingo, em Brasília, teve um significado especial para o goleiro paraguaio. O paraguaio ficou de mais de um ano sem jogar por conta de um problema no joelho e teve no clássico a prova de que pode voltar a ser o velho Gatito, nas palavras dele próprio.
– Maior drama é que eu não sabia que voltaria a estar no nível que eu estive nos outros anos. Ontem consegui provar para mim mesmo que eu consigo estar no nível que joguei dos outros anos aqui no Botafogo. Fico muito orgulhoso do trabalho que faço diariamente, pré-treino, em casa trabalhando, isso dá uma satisfação, e também a todo o estafe do clube que está sempre me ajudando. É uma coisa que me enche de orgulho – afirmou Gatito, no programa “Seleção SporTV” desta segunda-feira, destacando o fim do jejum de oito jogos sem vencer o rival:
– Conversamos com o Kanu nessa semana e tínhamos falado que já era hora de mudarmos essa parte negativa que estávamos tendo nos clássicos. Nós que estamos há mais tempo no clube vínhamos guardando uma mágoa grande, porque não conseguíamos conquistar uma vitória e entregar à nossa torcida. Graças a Deus ontem conseguimos reverter isso.
Desde 2017 no Botafogo, Gatito também destacou a mudança do astral no clube depois de anos vivendo com dificuldades financeiras, atrasos de salário e déficit na estrutura. O goleiro exaltou a participação dos torcedores alvinegros nesta nova fase que vive o Glorioso.
– A potência da nossa torcida é impressionante. Nós vemos como a atmosfera mudou completamente no clube, estamos vendo isso nos jogos em casa e fora, sempre com muita torcida. Quem ganha com isso é o futebol brasileiro. Que os clubes comecem a se estruturar e a pensar em formas novas de trabalhar para deixar o futebol brasileiro como uma potência ainda maior – disse.
Veja outros pontos da entrevista de Gatito ao SporTV:
VOOS FRETADOS E MUDANÇA ESTRUTURAL: “Está nos beneficiando muito na estrutura, em relação às viagens que temos feito, são sempre com voos fretados, já vamos para uma área VIP do aeroporto e direto para o avião. Na parte psicológica, mental de todo grupo, estafe, é toda uma mudança de pensamento. Para mim que já estou há muitos anos aqui, é uma mudança positiva que estamos vivenciando.”
DEFESA MAIS DIFÍCIL: “A mais difícil foi o primeiro chute do Lázaro, que eu consegui desviar com a pontinha dos dedos. Ele conseguiu ter um maior ângulo de escolher o melhor chute, eu não podia dar um passo em falso, tive que segurar até o último momento, por isso que falo que foi a mais difícil. E teve também a velocidade da bola.”
OSCILAÇÃO DENTRO E FORA DE CASA: “Ainda devemos para nós em relação à pontuação que não conseguimos em casa para a nossa torcida. Não conseguimos entender ou fazer um jogo em que consigamos nos impor diante da nossa torcida. Ainda estamos pecando nisso e em trazer alegria para a nossa torcida que vem em massa. Pelo lado bom, estamos conseguindo pontos fora de casa. Seria perfeito se conseguíssemos concretizar as vitórias dentro de casa.”
ONDE O BOTAFOGO PODE CHEGAR: “Temos que pensar no mínimo uma vaga numa copa internacional, daí para frente o que conseguirmos é lucro por tudo que vemos passando. O Botafogo vai se estruturando no decorrer do campeonato, o que é sempre mais difícil, pegando as novas ideias do nosso treinador, conhecendo os novos companheiros… Vamos vivendo no dia-a-dia.”
CHORORÔ DO GABRIEL BARBOSA NO GOL ANULADO: “Não vi, porque fiquei levantando minha mão mostrando para o (Anderson) Daronco (árbitro) que ele estava impedido, tanto que eu não queria dar a bola para ele. Fiquei só debatendo isso com o Daronco.”