Head scout do Botafogo, Alessandro Brito foi contratado para liderar e reformular o setor de análise de desempenho do clube. Após uma janela de transferência com 11 reforços (fora os jogadores contratados para o time B), o profissional deu longa entrevista ao “Estadão” e falou sobre o processo.
– Estamos criando um departamento de mercado, que será responsável por atletas com potencial para compra para a equipe principal. Na parte de mercado, queremos trabalhar com observadores in loco e via vídeo para analisar a performance do atleta. Pegamos os dados do jogo e o transformamos para captar o atleta ou para saber sobre a performance da equipe. O headscout não é só o que contrata. É um banco de dados que passa informações para o clube. O departamento tem de ceder ao clube as informações. Essa é a ideia – comentou.
Alessandro Brito foi contratado por John Textor, acionista da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Botafogo. Em sua equipe, conta com três analistas de desempenho e dois de mercado (um deles Raphael Rezende, ex-comentarista do “SporTV”). Além disso, tem o apoio do Crystal Palace.
– Todos os nomes que são sugeridos têm de ter o aval de três frentes: o departamento de scout, o pessoal do Crystal Palace, que nos ajuda com relatórios, e a comissão técnica. Só com esse aval é que caminhamos. Ninguém toma decisões sozinho – explicou.
– Estamos procurando um camisa 9. Pegamos informação que o Botafogo tem, que a comissão técnica tem, que o Crystal Palace tem. Juntamos, vamos ao mercado e chegamos a um consenso. Não surge um atleta do nada. São atletas, geralmente, pinçados para formar esse novo formato do clube. E o Patrick de Paula é um deles – detalhou.
Os objetivos são a médio e a longo prazo. Com mais investimento em análise, o clube busca ser mais preciso nas contratações.
– A ideia do Botafogo neste primeiro e no segundo ano de SAF é elevar o nível técnico da equipe nas disputas. Até 2023, a ideia é recolocar o Botafogo em nível competitivo. Queremos trazer jovens para usar o Botafogo como vitrine e colocar esses atletas no mercado internacional. Essa é também uma das intenções, trabalhar com atletas de 22, 23 anos, para que eles consigam performar. Eles ajudam o clube e futuramente o clube pode ter um retorno financeiro com eles. Futebol não é receita de bolo. A gente acredita muito no trabalho, sem vaidade. Esse começo está bem bacana. Estamos remando juntos por um propósito – disse Alessandro Brito.