‘Botafogo Way’ começa a aparecer em vitória na Copa do Brasil contra o Ceilândia e deixa esperança ao torcedor Botafoguense


John Textor espera ver o “Botafogo Way“, um time com imposição de jogo, ofensivo, que domine as ações, vença e se divirta em campo. Nesta quarta-feira, na vitória por 3 a 0 sobre o Ceilândia, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, deu gosto de ver o Glorioso de Luís Castro. Não só pelos gols de Kanu (2) e Lucas Piazon, mas também pela atuação que praticamente já garantiu a classificação na terceira fase da Copa do Brasil antes mesmo da partida de volta.


É óbvio, porém, que é preciso considerar a diferença de nível técnico entre as equipes é enorme. Mas é possível imaginar o “velho Botafogo” jogando assim? Outros pontos a serem relevados é que, apesar de ser um jogo fora de casa na Copa do Brasil, o time alvinegro não teve as adversidades habituais. Atuou em Brasília, reduto alvinegro, em uma arena de Copa do Mundo, com torcida a favor e gramado razoável.

Luís Castro optou por rodar a equipe e realizar mudanças. Sem Victor Cuesta e Luís Oyama, que já atuaram na Copa do Brasil por outros clubes, manteve intacta apenas a defesa. No meio, foi de Barreto e Romildo, nos lugares de Oyama e Chay. Na frente, promoveu a estreia de Gustavo Sauer pela direita, jogou Diego Gonçalves para a esquerda e colocou Matheus Nascimento na vaga de Erison. Os reforços Tchê Tchê e Lucas Fernandes começaram no banco.

A formação durou apenas sete minutos, porque Barreto sentiu um problema e foi substituído pelo estreante Tchê Tchê. O que não mudou foi o estilo de jogo, já com o padrão Luís Castro bem definido. O Botafogo fez saída de bola com três jogadores (Philipe Sampaio, Kanu e Daniel Borges), liberou Saravia para subir, teve Gustavo Sauer derivando da ponta para o meio e boa movimentação de Patrick de Paula e Romildo. Teve a posse, pressionou no campo ofensivo.


A maior capacidade técnica fez diferença a favor do Botafogo, que controlou a partida, jogou no campo adversário e saiu para o intervalo com a vantagem de 1 a 0. Poderia até ser mais. O gol saiu em um dos nove escanteios cobrados no primeiro tempo, em mais uma assistência de Daniel Borges. Kanu subiu bonito para abrir o placar.


Matheus Nascimento, como referência no ataque, fez pivô e teve movimentação, faltou ser mais preciso na definição. Como aos 44, quando invadiu a área, driblou, poderia ter tocado para Sauer, e bateu desequilibrado para defesa do goleiro. O Ceilândia assustou apenas em uma roubada no campo ofensivo (descuido de Tchê Tchê), na qual Felipinho tentou encobrir Diego Loureiro, que pegou sem dificuldade.


O jogo também mostrou que há níveis físicos diferentes no próprio elenco do Botafogo e que é recomendável não fazer análises definitivas. Saravia e Patrick de Paula, por exemplo, já se estiveram bem mais inteiros. Já Tchê Tchê, ainda chegando, ainda vai pegar mais ritmo. Assim como Gustavo Sauer, que fez boa primeira etapa, mas com certeza vai evoluir. Tem qualidade, dinâmica e soluções com o pé esquerdo.

Análise Ceilândia x Botafogo

No segundo tempo, ficou ainda mais fácil. Luís Castro mudou peças, sem mexer no esquema, até para dar mais entrosamento e entendimento ao time do que quer. Em uma boa jogada ensaiada, Kanu marcou seu segundo gol. Já em roubada de bola do ótimo Victor Sá no ataque, Lucas Piazon fez o terceiro, aos nove minutos.

Em pouco tempo, Victor Sá mostrou por que é o melhor reforço do Botafogo até o momento. Inteligente, dinâmico, escolhe bem as jogadas, é incisivo. Merecia o gol em um belo lance, em que roubou a bola, deu drible da vaca e acertou a trave. O único susto foi quando levou um pisão no tornozelo, mas felizmente retornou.


Teve até olé no Mané Garrincha. Festa para a torcida do Botafogo, que ainda viu duas finalizações na trave (de Erison) e deixou o estádio esperançosa. O desafio é seguir evoluindo e manter esse nível de atuação contra adversários mais pesados. O próximo jogo é contra o Atlético-GO, domingo, em Goiânia, pelo Campeonato Brasileiro.


Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – CEI 37% x 63% BOT

Passes certos – CEI 342 (78%) x 588 (88%) BOT

Finalizações – CEI 7 (2 no gol) x 23 (8) BOT

Desarmes – CEI 18 x 19 BOT

Interceptações – CEI 9 x 18 BOT

Cruzamentos – CEI 2/8 (25%) x 6/16 (38%) BOT

Lançamentos – CEI 16/43 (37) x 20/40 (50%) BOT

Escanteios – CEI 1 x 11 BOT

Dribles – CEI 3 x 11 BOT

Perdas de posse de bola – CEI 126 x 118 BOT

Faltas – CEI 18 x 7 BOT

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