O técnico Luís Castro foi enfim apresentado no Botafogo nesta terça-feira, no Estádio Nilton Santos. Após comandar o primeiro treino, o português concedeu entrevista coletiva à imprensa, após declarações de John Textor. O português frisou que tinha outras propostas, ressaltou as dificuldades que encontrou clube, mas disse que acredita no projeto do Glorioso.
– É com muita felicidade que me apresento ao Botafogo. É um desafio difícil, é verdade que temos muitas dificuldades estruturais, temos algumas dificuldades em relação a espaços de treino, de organização. Mas o que senti desde o primeiro momento é que aqui há muita vontade de se trabalhar. No Botafogo há muita gente com talento e com trabalho e isso facilita ainda mais as coisas – afirmou Luís Castro, em suas primeiras palavras.
– Eu escolhi o Botafogo. Realmente tive outros convites, foi uma escolha consciente. Apesar de todas as dificuldades que já disse, acredito muito no projeto, no que o John Textor quer para o projeto, acredito muito nos torcedores, na estrutura e nas pessoas que estão envolvidas nesse projeto. Sou uma pessoa de convicções, quando acredito me entrego por completo – completou.
Antes de Luís Castro falar, John Textor fez a introdução, elogiou as qualidades do novo comandante e explicou a demora na negociação, visto que o português ainda tinha contrato em vigor com o Al-Duhail, do Qatar.
– Obrigado a todos por virem. É o início do que todos queremos falar, que é futebol. Luís Castro é um professor incrível, com uma grande história e reputação internacional em construir sistemas, academias, talentos. Além de técnico, é um grande gestor. Desenvolve grandes técnicas que serão utilizadas aqui. Foi a minha primeira escolha desde o início, tinha responsabilidades lá no Oriente Médio, mas estou muito feliz de tê-lo aqui. É um homem de palavra, concluiu seu trabalho lá, então temos aqui diante de nós um campeão que com sua experiência vai ajudar o Botafogo a conquistar outros campeonatos – disse Textor.
Novo técnico revela primeiro papo com time no Botafogo: ‘Dei parabéns pela semifinal. Jogadores e Lucio Flavio foram fantásticos’
Novo técnico do Botafogo, Luís Castro foi apresentado oficialmente e deu entrevista nesta terça-feira, no Estádio Nilton Santos. Ao lado de sua comissão técnica e de John Textor, o português contou como foi o primeiro papo com os jogadores.
– As primeiras palavras foram dar parabéns pela semifinal e pelo último jogo com o Fluminense. A equipe esteve muito bem, dedicada, determinada, quis muito ganhar, ir à final. Foram jogadores fantásticos em campo. Lucio Flavio fez trabalho fantástico ao longo desse período que esteve a serviço do Botafogo, levou à meia-final e esteve a segundos de chegar à final. Vi uma equipe junta, unida, ofensivamente e defensivamente, criando dificuldades ao Fluminense, tentando chegar à baliza adversária. Jogou com a baliza dos adversários nos olhos. Parabéns para os agora meus jogadores e parabéns ao Lucio Flavio pelo que fez – declarou Luís Castro.
‘Não temos espaços para treinar, mas isso não é desculpa’; Textor explica busca por CTs para o Botafogo
Durante sua coletiva de apresentação ao Botafogo nesta terça-feira, o técnico Luís Castro ressaltou diversas vezes as dificuldades em termos estruturais que encontrou no clube. O português, no entanto, deixou claro que isso não será desculpa e assumiu todas as responsabilidades.
– Não vamos esconder nada. Temos muita dificuldades, não temos espaço para treinar. Mas não é desculpa, vamos ter que ganhar assim mesmo. Sou o responsável por tudo aquilo que aconteça no Botafogo. Eu aceitei o clube como o clube está. E aceitei participar do desenvolvimento e do nascimento dessa estrutura necessária. Acabou o treino, perguntei onde será o treino amanhã? Não sabemos… Vamos lutar para ter esse local. Hoje em dia é fundamental ter um CT. Vou lutar muito por isso. Não podemos comprar um carro e não ter a estrada para andar com ele. Vamos nos organizar rapidamente, atravessar uma zona mais turbulenta para depois entrar numa velocidade de cruzeiro – explicou Castro.
Logo após a explanação do treinador, John Textor, acionista majoritário do clube, pediu a palavra para explicar a busca por novos locais de treinamento para o Botafogo, prometendo investimentos em estrutura a curto e longo prazos.
– Toda estrutura de treinamento tem grandes desafios. Temos grandes parceiros, pessoas que nos dão muito suporte, no CEFAT, no Lonier… Mas, infelizmente, é como se fosse uma colcha de relhatos, temos vários locais espalhados pela cidade e é difícil trabalhar por questões logísticas. É uma família, com todos juntos, muito envolvidos, todos com um amor muito grande, todos tentando fazer o seu melhor. Vamos fazer investimentos para que esses problemas sejam sanados. Nossos apoiadores têm viajado para encontrar os melhores locais – disse Textor, continuando:
– O Botafogo é um grande clube e precisamos de uma estrutura que faça jus ao tamanho e ao que o clube merece. Estamos visitando vários lugares, vamos encontrar esse local apropriado para o Botafogo. Esse homem (Luís Castro) precisa de campos, então vamos gastar dinheiro para atender isso, são objetivos a curto e a longo prazos.
Sua própria equipe técnica, sem remanescentes, e planos para Botafogo B: Luís Castro detalha ideias
Luís Castro chegou ao Botafogo e não veio sozinho. O treinador foi apresentado oficialmente nesta terça-feira ao lado de Vitor Severino (auxiliar), João Brandão (auxiliar), Daniel Correa (preparador de goleiros), Betinho (preparador físico) e Nuno Baptista (analista de desempenho). Na entrevista coletiva, o português indicou que não terá remanescentes da atual equipe técnica.
– Não é surpresa para vocês que um treinador se faz acompanhar de sua equipe técnica. Também não é surpresa que se uma família vai para uma viagem e coloca um elemento que não está adaptado, não vão se sentir confortáveis os dois lados. É isso que passa no futebol. Tenho minha equipe técnica. Algum elemento que já está na equipe integrar minha comissão técnica não ia se sentir bem, assim como minha equipe técnica poderia ficar desconfortável. Não tem a ver com caráter, ser boa ou má pessoa, muitas vezes confundem. Dizem não quis ninguém porque a pessoa não é boa ou é mal profissional, não é isso. No futebol, como na vida, as coisas estão instituídas. Está instituído que chegou minha equipe técnica, não abdico de ninguém. Ema equipe técnica consegue trabalhar uma outra equipe. Se não estivermos coordenados para o desafio no Botafogo, isso ia nos criar dificuldade – afirmou Luís Castro.
O clube ainda não divulgou se haverá mudanças. O que é certo é a formação do Botafogo B, do qual Luís Castro também falou.
– A equipe B vamos criar claramente, porque trabalhar diariamente com 40 jogadores não é exequível, não tem qualidade o trabalho. Acredito nos contextos favoráveis para gerar desenvolvimento. Tendo uma equipe B vai nos permitir um olhar atento sobre a equipe B, poder pegar jogadores se destacando e colocar na A, ou fazer outros recuarem um pouco da B para A. Não quer dizer que não tenha qualidade. Futebol de formação é muito complexo. Na equipe B terão mais atenção por parte do treinador no desenvolvimento. A equipe A, além de desenvolver, é rendimento. Temos que ganhar e ponto. Esse equilíbrio entre ter que ganhar e desenvolver é uma das coisas mais complexas do futebol. Não por acaso Cristiano (Ronaldo) no Manchester (United) fazia um grande jogo e no outro (Alex) Ferguson colocava no banco. Porque ele estava no momento de desenvolvimento, havia coisas a aprender – explicou.
Novo técnico do Botafogo, Luís Castro disse ter se emocionado com a torcida alvinegra no último domingo (27/3), no Maracanã, onde assistiu ao primeiro jogo da equipe, válido pelas semifinais do Campeonato Carioca. A declaração foi dada na tarde desta terça, durante a apresentação do treinador no Estádio Nilton Santos.
Mesmo com o Botafogo não se classificando à final do Estadual, a torcida do Fogão mostrou a sua paixão pelo Glorioso ao novo comandante.
– É um desafio fantástico representar o Botafogo, pela sua torcida. Foi uma imagem fantástica no último jogo. O ambiente que estava no estádio, a paixão com que nossos torcedores entregaram no jogo… Muitas vezes fala-se disso de uma forma abstrata, mas a paixão estava ali. Sentiu-se a paixão dos torcedores ao longo de todo o jogo. Aquilo é ter paixão. Aquilo é gostar! Ver como eles, mesmo não passando à final, estavam animados com aquilo que a equipe fez – elogiou.
Luís Castro acrescentou que, após testemunhar o amor vindo das arquibancadas, teve certeza que tomou a decisão certa de aceitar o convite do Botafogo.
– O ser humano reconhece muito do trabalho dos outros, a dedicação dos outros. Reconhece de uma forma pura. A pureza que eu vi, o gostar por gostar, gosto porque gosto. “É meu clube, é minha paixão, é meu amor”. Por tudo isso foi uma escolha certa – disse Luís Castro.