Rodrigo Capelo vê Luís Castro dentro do perfil desejado por Textor: ‘Criar filosofia europeia no Botafogo para facilitar negócios’


O Botafogo foi assunto no programa “Seleção SporTV” desta segunda-feira. O motivo foi o acerto próximo com o técnico Luís Castro, do Al-Duhail (QAT), para comandar a equipe alvinegra. O jornalista Rodrigo Capelo, especializado em negócios, viu a provável contratação como estratégica.


– Diria duas coisas. A primeira é que a ordem que o John Textor fez o negócio com o Botafogo, comprou, busca estrutura, identidade, técnico nessa filosofia. Claramente tem objetivo de levar jogadores do Brasil para a Europa, e portugueses têm essa ponte. Criar filosofia europeia no Botafogo para facilitar esses negócios. Luís Castro parece que encaixa nesse perfil – explicou Capelo.


– E o Botafogo vencendo disputa com o Corinthians tem muita relação com o fora de campo, com o bolso do dono. Se tiver bolso fundo e quiser investir, vai gerar desequilíbrios que não estávamos acostumados. Assim como a Europa teve o crescimento de Chelsea, Manchester City e PSG, pode acontecer no Brasil com Botafogo, Cruzeiro e Vasco. O jogo está ficando diferente e divertido – acrescentou.


O apresentador André Rizek deu a cronologia da negociação de Luís Castro com Botafogo e Corinthians.


– Vocês conseguiriam imaginar o Botafogo há um ano disputando um técnico estrangeiro com o Corinthians e ficando com a balança a seu favor? O poderoso Corinthians, com estádio, segunda maior torcida do Brasil, conquistas nos últimos anos. O salário gira em torno de R$ 1 milhão por mês no Botafogo. Na sexta os dirigentes do Corinthians estavam muito confiantes, conversaram com ele e entenderam que negócio estaria próximo. No sábado aconteceu mais uma reunião entre Luís Castro e o grupo do John Textor, ficou muito mais próximo do Botafogo. Demitiu Enderson Moreira dia 11 e desde então já vem mantendo contato com empresário do Luís Castro. Quando o Corinthians chegou, o Botafogo já estava na parada. É um dos fatores, não apenas esse. O Corinthians não se dispunha a pagar multa rescisória, o Botafogo sempre teve como política topar pagar algum valor. Luis Castro tinha acordo verbal de liberação em caso de boa proposta, aceitando valor menor que a multa, U$ 1,2 milhão. Não vou cravar, o GE deu que Botafogo considera negócio certo, mas Corinthians ainda se considera dentro da parada – comentou Rizek, que avaliou a carreira de Castro.


– Por tudo que li e pesquisei, porque é um técnico de quem não sabíamos nada, fez uma opção de vida, ser um gestor, trabalhou por uma década no Porto, cuidando do Porto B, das categorias de base, do scout, da estruturação do departametno de futebol. Mas o trabalho dele como técnico é menor do que como gestor em Portugal. Em 2019 decidiu ganhar dinheiro, foi para o Shakhtar, campeão ucraniano, seguindo estilo de vida, foi para o Qatar, onde também tinha belo salário. Não fecha essa conta do porquê procurou centros que pagam muita grana e agora veio para o Brasil. Portugueses dizem que é muito dedicado, estudioso, estudou dois anos de Física, mas a carreira é maior como gestor do que como técnico. O que tem a ver com o Botafogo. Vai iniciar projeto tijolinho por tijolinho, internacional, o que pode ter seduzido o Luís Castro – completou.

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